No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais importante relacionado à saúde do homem, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. Em 2018, cerca de 68.220 novos casos foram registrados em solo brasileiro segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Ainda analisando as estatísticas, o Sistema de Informações de Mortalidade - SUS (SIM) demonstrou que, em 2017, 15.391 homens pelo Brasil perderam a vida para uma doença com altas chances de cura quando diagnosticada e tratada em sua fase inicial, podendo chegar a cerca de 90%.
Abrangente, exigente e sempre muito interessado em informações úteis, o nosso fiel leitor aqui da Academia sempre está atento às novidades e foi pensando em VOCÊ, leitor, que escrevi este texto. A minha função como acadêmico é proporcionar à comunidade os conhecimentos que obtenho para que ela possa ter informações que ajudem perante as situações que envolvem a saúde pública no dia-a-dia.
Mas o que é a tal da próstata mesmo?
A próstata é uma glândula exclusiva masculina que se localiza na parte baixa do nosso abdômen, logo em baixo da bexiga. Sua forma é parecida com uma maçã e envolve uma parte da uretra masculina, secretando uma parte do sêmen que, somado aos espermatozoides produzidos no testículo, constituem o produto da ejaculação.
Quais são alguns dos fatores que podem aumentar o risco do câncer de próstata?
1) IDADE: a idade sim, pode ser um fator de risco, especialmente naqueles que possuem mais de 50 anos, a partir da qual se registra um aumento significativo no número de casos.
2) CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS: pacientes que possuem parentes, especialmente os de primeiro grau, como irmão ou pai, que tiveram o desenvolvimento do câncer antes dos 60 anos, devem ser observados mais cautelosamente.
3) HÁBITOS E ESTILO DE VIDA: aqui temos outro fator de peso, pois hábitos e estilo de vida, principalmente falando na louca e estressante vida dos grandes centros urbano, têm peso significativo na avaliação do paciente e no risco relativo ao desenvolvimento da doença.
4) OBESIDADE: repare que este é um fator tão importante, que está separado de hábitos e estilo de vida. Isso se deve ao fato que o excesso de gordura corporal tem relação uma certa com o câncer de próstata, sendo um importante fator de risco no possível desenvolvimento da doença.
5) EXPOSIÇÃO AOS POLUENTES: quando o paciente se encontra frequentemente exposto a poluentes como o arsênio (utilizado nos agrotóxicos), derivados do petróleo (escapamento de veículos), dentre outros. Isso pode também ser um fator de alerta para o desenvolvimento não apenas do câncer de próstata, mas de outros tipos como o de pulmão, por exemplo.
Sintomas e diagnóstico
Algo importante é falar sobre os sintomas, pois eles, na fase inicial, não se apresentam de forma tão evidente, ou seja, o câncer de próstata pode ter uma evolução silenciosa em sua fase inicial. Agora, quando a doença evolui para fases mais distantes, podemos encontrar sintomas como a dificuldade em urinar ou a redução no jato da urina, sangue na urina e outros sintomas associados.
Portanto, é vital buscarmos ajuda médica quando necessário.
Crie o hábito de tirar todas as suas dúvidas com os profissionais da saúde.
Quanto ao diagnóstico da doença destacamos dois fatores: o toque retal e a análise do PSA (ou Antígeno Prostático Específico. A sigla vem do inglês "Prostatic Specific Antigen").
O toque retal tem como objetivo avaliar a anatomia da próstata objetivando buscar se ela está alterada podendo estar aumentada, observar se existem nódulos ou anormalidades que possam indicar sinal de perigo. Já o PSA pode ajudar como uma avaliação geral, nunca como diagnóstico fechado, pois existem homens com os níveis de PSA normais e que podem ter um tumor em evolução.
Por isso, vamos definir uma coisa clara:
É de fundamental importância o diagnóstico preciso com uma ajuda que vai além desses dois exames citados anteriormente.
A biópsia da próstata é o único procedimento que pode confirmar a existência do câncer, além de que, sempre quando necessário, o médico também pedirá auxílio de exames de imagem para fundamentar sua decisão clínica. Portanto, só PSA e toque retal podem não ser conclusivos sobre a possibilidade da existência do câncer, cabendo ao médico também recorrer à biópsia, tomografia e ressonância, por exemplo, quando necessitar de uma análise com mais dados.
Tratamento
Para uma doença local e não avançada, que só afetou a próstata e não evoluiu para outros órgãos, tratamentos como a cirurgia, a radioterapia e até a observação (em casos especiais) podem ser adotados como plano de tratamento.
Para uma doença que ainda é local, mas está em estágios mais avançados, a radioterapia ou o método cirúrgico com auxílio do tratamento hormonal podem ser uma saída.
Para as situações nas quais a doença conseguiu atingir outros locais do organismo, o tratamento a base de terapia hormonal pode ser utilizado.
Para finalizar, um recado: as informações que trago ao amigo leitor tem como referência o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Para mais informações acesse: inca.gov.br, na aba à esquerda clique em "Tipos de câncer" e depois "Próstata".
O site também conta com uma versão voltada especificamente aos profissionais da saúde com informações mais detalhadas. Até breve!
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