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OIT: O que os dados revelam sobre a força de trabalho na Saúde e Assistência Social?

OIT: O que os dados revelam sobre a força de trabalho na Saúde e Assistência Social?
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dez. 20 - 8 min de leitura
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Em publicação anterior, 'OIT: Visão Geral sobre o Mercado de Trabalho na América Latina e Caribe 2023', destacamos dados do relatório 'Labour Overview 2023' da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que traz uma visão geral sobre o cenário e desafios do mercado de trabalho na América Latina e o Caribe.

Nesta edição, continuamos a explorar dados publicados pela OIT, desta vez focando na força de trabalho no setor de saúde e assistência social, com base nas Pesquisas de Força de Trabalho (Labour Force Surveys - LFS) de 56 países. O relatório, intitulado 'What labour force survey data can tell us about the workforce in the health and social care sector', foi publicado em setembro de 2023.

Esta análise foi realizada no âmbito da Iniciativa de Troca de Dados Interagências (IADEX), que integra o Programa Trabalhando pela Saúde, uma colaboração entre a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório concentra-se em aspectos como as características demográficas dos trabalhadores e suas condições de trabalho, utilizando as LFS como a principal fonte de dados devido à sua alta confiabilidade nessas áreas.

A análise cobriu 29 países europeus e 27 de outras regiões, permitindo uma comparação entre diferentes grupos ocupacionais dentro da força de trabalho de saúde e assistência social.

Fonte: OIT, 2023

Os resultados do relatório, levam as seguintes conclusões:

💙 Proporção da Força de Trabalho: Nos países de alta renda, a força de trabalho no setor de saúde e assistência social representa uma maior proporção da força de trabalho total em comparação com os países de baixa e média renda.

Na Europa, médicos representam tipicamente entre 10 e 20% da força de trabalho em saúde e assistência social, enquanto enfermeiros e parteiras compõem aproximadamente 20 a 30%. Em muitos países, como Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Itália, Suécia e Reino Unido, trabalhadores de cuidados pessoais formam um grupo relativamente grande.

Fonte: OIT, 2023

Fora da Europa, a consistência dos dados varia, com médicos e enfermeiros/midwives identificáveis em muitos países, mas a representação de outras ocupações é irregular. Em 12 países fora da Europa com dados suficientes, médicos compõem de 10 a 20% do total da força de trabalho, semelhante aos países europeus, enquanto a porcentagem de enfermeiros e parteiras varia de 17% em Bangladesh e Paquistão a 41% em Myanmar.

Fonte: OIT, 2023


💙 Diversidade Setorial: Apesar da maioria dos trabalhadores de saúde e assistência social (incluindo a grande maioria dos médicos, enfermeiros e parteiras) trabalharem dentro do setor de saúde, em muitos países, especialmente fora da Europa, um grande número atua em outros setores, como a administração pública e em domicílios privados.


💙 Jornada de Trabalho: A maioria dos trabalhadores de saúde e assistência social tem posições de tempo integral, mas em muitos países, uma grande proporção trabalha em regime de meio período, sendo as mulheres mais propensas a isso do que os homens. Isso ressalta a importância de considerar as horas de trabalho, em vez de apenas contagens simples, para avaliar a disponibilidade da força de trabalho de saúde e assistência social.

📊 Os gráficos abaixo, apresentam respectivamente as taxas de posições de trabalho em tempo integral e meio período em países fora da Europa, seguido de países europeus: 

Fonte: OIT, 2023


💙 Horas de Trabalho na Europa vs. Outras Regiões: Em média, trabalhadores de saúde e assistência social nos países europeus trabalham menos de 40 horas por semana (exceto médicos, que trabalham um pouco mais), enquanto em outras regiões é comum trabalharem mais de 40 horas semanais.


💙Setor Público vs. Privado: Em 16 dos 28 países reportantes, a maioria dos trabalhadores de saúde e assistência social atua no setor público, em seis países a maioria está no setor privado e nos seis restantes, há uma distribuição relativamente igual entre os setores público e privado. Nos países em que foi reportado, médicos e trabalhadores de cuidados pessoais são mais propensos do que enfermeiros e parteiras a trabalhar no setor privado.


💙 Contratos de Trabalho: Embora a maioria tenha contratos de trabalho permanentes, em alguns países, um número significativo tem diferentes tipos de arranjos contratuais. Isso é particularmente verdadeiro para trabalhadores de cuidados pessoais, mas em alguns países, um grande número de médicos, enfermeiros e parteiras trabalha com contratos temporários.

📊 Os gráficos abaixo, apresentam respectivamente as taxas de formas de contrato de trabalho em países fora da Europa, seguido de países europeus: 

Fonte: OIT, 2023


💙 Tipo de Emprego: Na maioria dos países, a maioria são empregados, mas em alguns países, há um grande número de trabalhadores por conta própria.


💙 Disparidade Salarial de Gênero: Quase todos os países reportantes apresentam disparidade salarial de gênero na força de trabalho de saúde e assistência social, o que não parece ser devido apenas ao fato de as mulheres trabalharem mais em meio período ou em ocupações menos remuneradas.

Fonte: OIT, 2023

💙 Distribuição de Gênero: Na maioria dos países, a maioria das enfermeiras, parteiras e trabalhadores de cuidados pessoais são mulheres. As exceções são principalmente em países onde a participação feminina na força de trabalho é geralmente muito baixa. Na maioria dos países europeus, também há mais mulheres do que homens atuando como médicos.

📊 Abaixo o gráfico com a distribuição de gênero na força de trabalho de saúde e assistência social em países fora da Europa, organizado por região da OMS e baseado nos dados mais recentes disponíveis.

Fonte: OIT, 2023

📊 Já o próximo gráfico, a distribuição de gênero na força de trabalho de saúde e assistência social em países europeus, organizado por região da OMS e baseado nos dados mais recentes disponíveis:

Fonte: OIT, 2023  

💙 Nível de Educação: Na maioria dos países, a grande maioria dos trabalhadores de saúde e assistência social (e quase todos os médicos) possui um nível intermediário ou avançado de educação formal. A tabela exemplifica as categorias de educação, consideradas neste relatório: 

Fonte: OIT, 2023

📊 No gráfico  é possível observar os níveis de educação alcançados pela força de trabalho de saúde e assistência social em países fora da Europa, segmentados por região da OMS e utilizando os dados mais recentes disponíveis:

Fonte: OIT, 2023

📊 E a seguir, os níveis de educação alcançados pela força de trabalho de saúde e assistência social em países europeus, segmentados por região da OMS e utilizando os dados mais recentes disponíveis:

Fonte: OIT, 2023


Por fim, esta análise destaca grupos ocupacionais específicos e países que podem estar em risco de déficits de trabalho decente e desequilíbrios demográficos, fornecendo também insights para aprimorar a compreensão e interpretação de outras fontes de dados sobre a força de trabalho de saúde e assistência social.


Se você ficou interessado em acessar o relatório completo, publicado pela OIT, disponibilizamos aqui o link de acesso 😉



Referência: 

Organização Internacional do Trabalho (OIT). (2023). What labour force survey data can tell us about the workforce in the health and social care sector. ISBN 9789220389232 (web PDF). Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_dialogue/---sector/documents/publication/wcms_892132.pdf. Acesso em: 1 de setembro de 2023.





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