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OMS e OIT lançam guia para reforçar necessidade de cuidados com o profissional de saúde

OMS e OIT lançam guia para reforçar necessidade de cuidados com o profissional de saúde
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fev. 21 - 5 min de leitura
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“Quem cuida de quem cuida, afinal?”. Com a pandemia de COVID-19, cuidados com o profissional de saúde devem ser redobrados já que eles também adoecem.

 

Pensar estrategicamente sobre os cuidados com o profissional de saúde é uma pauta latente, ainda mais em tempos de COVID-19 que aumentam o esgotamento mental de quem trabalha salvando vidas.

Se mesmo antes da pandemia causada pelo coronavírus, os profissionais de saúde já estavam expostos às condições estressantes de trabalho e desde de 2020, essa situação se agravou ainda mais conforme explica  a Dra. Maria Neira, Diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Mesmo antes da pandemia de COVID-19, o setor da saúde estava entre os setores mais perigosos para se trabalhar”, disse Maria Neira, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS.

“Apenas algumas unidades de saúde tinham programas para gerenciar a saúde e a segurança no trabalho. Os profissionais de saúde sofreram infecções, distúrbios e lesões musculoesqueléticas, violência e assédio no local de trabalho, esgotamento e alergias do ambiente de trabalho precário”. (Maria Neira)

Neste contexto, a OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) decidiram lançar um guia para orientar os países a desenvolver e implementar programas sustentáveis para a gestão da saúde e segurança ocupacional dos profissionais de saúde. A ideia é que esses programas cubram todas as demandas de cuidados com o profissional saúde a partir do mapeamento e da gestão de riscos ocupacionais – infecciosos, ergonômicos, físicos, químicos e psicossociais.

Além de trazer orientações para empresas privadas, o documento também traz orientações para os órgãos governamentais e para todos os setores que impactam na saúde dos trabalhadores e que, portanto, precisam investir em melhorias nas áreas de:

  1. Treinamento e formação profissional;

  2. Monitoramento no desenvolvimento e implementação de ações;

  3. Investimento na promoção e proteção da saúde, segurança e bem-estar dos profissionais da saúde.

Neste link,  você pode conferir a proposta da OMS e da OIT na íntegra.

Ações para o desenvolvimento e promoção dos cuidados com o profissional de saúde devem ser contínuas

Para cumprir o objetivo de construir um ambiente mais seguro e saudável para enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e outros profissionais da saúde, é importante que os programas que estão sendo desenvolvidos e implementados sejam monitorados de forma contínua. Em entrevista à ONU News,  a Diretora do Departamento de Políticas Setoriais da OIT, Alette Van Leur, enfatizou que é muito importante que haja colaboração constante entre empregadores, gestores e profissionais de saúde para que isso aconteça.

 

 “Os trabalhadores da saúde, como todos os outros trabalhadores, devem gozar de seu direito a um trabalho decente, ambientes de trabalho seguros e saudáveis ​​e proteção social para cuidados de saúde, faltas por doença e doenças e lesões ocupacionais”, afirmou Van Leur.

Retrato das condições de trabalho dos trabalhadores da linha de frente contra a
COVID-19 no Brasil

Chamados de heróis e guerreiros da linha de frente contra a COVID-19, os profissionais da saúde brasileiros estão no limite e as pesquisas não nos deixam mentir.

Uma delas, nomeada como “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19, realizada pela Fiocruz”, revela que, no Brasil, mais de 50% dos trabalhadores afirmaram ter uma jornada excessiva de trabalho — mais de 40 horas semanais — e, além disso, mais de 43% do grupo não se sente protegido ao exercer suas funções devido a motivos como: falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medo de contaminação, ausência de estrutura adequada para trabalhar, problemas com a insensibilidade de gestores diante da situação e despreparo técnico.

Além da precariedade no ambiente de trabalho, mais de 60% dos trabalhadores entrevistados afirmam sofrer com a falta de apoio institucional, além da desvalorização da própria chefia (21%). Outro problema grave neste contexto é a ocorrência de episódios de violência e discriminação, já que mais de 40% dos entrevistados disse ter sofrido episódios de violência e discriminação.

Leia também:  COVID-19 pode ter matado até 180 mil profissionais da saúde segundo a OMS

Neste contexto, iniciativas como a da OMS e da OIT são de extrema relevância. Afinal, os cuidados com o profissional de saúde movem todo um sistema de promoção da saúde e do bem-estar para a população.

A partir dos fatos apresentados, queremos entender o que vocês da comunidade da Academia Médica pensam sobre o assunto. Como podemos juntos desenvolver e implementar iniciativas de cuidado e autocuidado para quem cuida de tantas pessoas? O que falta para que as ideias saiam do papel e sejam implementadas de fato?

Se você quer contribuir com o debate sobre o tema, deixe seu comentário no post!

Referências

1. World Health Organization. Novo guia da OMS/OIT pede maiores salvaguardas para proteger os profissionais de saúde. Disponível em: https://www.who.int/news/item/21-02-2022-new-who-ilo-guide-urges-greater-safeguards-to-protect-health-workers. Acesso em 21 de fev de 2022.

2. Agência Fiocruz de Notícias.  Covid-19: Estudo avalia condições de trabalho na Saúde. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/covid-19-estudo-avalia-condicoes-de-trabalho-na-saude. Acesso em 21 de fev de 2022

Foto: Thet Zin/Pexels.



 

 


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