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Percepções de jovens com HIV sobre o sistema de saúde no Brasil: Pesquisa UNICEF

Percepções de jovens com HIV sobre o sistema de saúde no Brasil: Pesquisa UNICEF
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dez. 1 - 6 min de leitura
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Explorando as experiências e percepções de adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids por todo o Brasil, uma pesquisa de iniciativa do UNICEF em parceria com o Unaids e a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids , proporciona uma visão abrangente e crucial sobre o acesso aos serviços de saúde. A pesquisa englobou participantes de todas as capitais e diversas regiões do país.

Principais Descobertas:

A pesquisa intitulada “Nós somos a resposta: O que adolescentes e jovens que vivem com HIV/aids pensam sobre o acesso aos serviços de saúde no Brasil” revelou aspectos positivos e desafios no acolhimento desses jovens. Cerca de 64,2% dos entrevistados avaliaram positivamente o acolhimento recebido, enquanto 35,7% o consideraram razoável ou ruim.

O estigma associado ao HIV/aids surge como um obstáculo significativo para o acolhimento eficaz de adolescentes e jovens portadores do vírus no sistema de saúde brasileiro. Esse acolhimento é de extrema importância, sendo um direito fundamental para a saúde e bem-estar desses indivíduos, e o enfrentamento do estigma é essencial para garantir que recebam o tratamento e o suporte necessários de maneira adequada.


Desafios enfrentados no acolhimento de jovens com HIV

📍Preparo insuficiente dos profissionais de saúde:  Um dos principais desafios identificados é o preparo inadequado dos profissionais de saúde para lidar com jovens vivendo com HIV. Isso muitas vezes leva a situações onde a privacidade dos pacientes não é respeitada, criando um ambiente de desconforto e desconfiança durante o atendimento.

📍Conselhos inapropriados sobre sexualidade: Um dado preocupante é que aproximadamente 20% dos jovens relataram ter recebido orientações de profissionais de saúde para abster-se de relações sexuais. Essa abordagem não apenas ignora aspectos importantes da saúde sexual e reprodutiva, mas também perpetua mitos e estigmas relacionados ao HIV.

📍 Violação de privacidade: Outro desafio crítico é a violação da confidencialidade. Cerca de 13% dos jovens indicaram que tiveram seu diagnóstico de HIV revelado sem seu consentimento pela equipe de saúde, o que representa uma grave violação de seus direitos e da ética médica.

📍Comunicação deficiente sobre tratamento e exames: Muitos jovens apontaram falhas na comunicação sobre tratamentos e o processo de agendamento de exames e consultas. Isso inclui receber informações conflitantes ou inadequadas, o que cause confusão e pode levar à desinformação sobre o manejo eficaz de sua condição.


Aspectos positivos revelados pela pesquisa:

✅ Profissionais de saúde acolhedores e inclusivos: A despeito dos desafios enfrentados, um número significativo de profissionais de saúde foi elogiado por seu acolhimento e inclusão. Alguns desses profissionais mostraram um comprometimento excepcional, indo além de suas obrigações regulares para assegurar que os jovens continuassem seus tratamentos antirretrovirais. Essas ações demonstram um comprometimento admirável com a saúde e o bem-estar dos pacientes, criando um ambiente de suporte e confiança.

Altas taxas de indetectabilidade de carga viral: Um dos resultados mais positivos da pesquisa é a alta taxa de indetectabilidade do vírus entre os jovens testados. Isso indica uma eficácia notável do sistema público de saúde na promoção do acesso universal ao tratamento do HIV. A indetectabilidade da carga viral não só é fundamental para a saúde individual dos pacientes, mas também reduz significativamente a possibilidade de transmissão do vírus, contribuindo para o controle da epidemia de HIV/aids.

Compromisso com a continuidade do tratamento: A pesquisa destacou o esforço de vários profissionais de saúde para garantir que os jovens mantivessem a continuidade de seus tratamentos. Isso inclui iniciativas como a busca ativa de pacientes que poderiam ter interrompido o tratamento e esforços contínuos para manter a adesão ao regime de medicamentos, essencial para a eficácia do tratamento.

Diálogo aberto sobre testes de carga viral: A maioria dos jovens participantes relatou que a equipe de saúde discutiu abertamente sobre o teste de carga viral, enfatizando a importância dessa ferramenta no monitoramento do tratamento. Essa comunicação clara e transparente é fundamental para educar os jovens sobre o gerenciamento de sua saúde e para promover a adesão ao tratamento.

Estes aspectos positivos destacam as forças do sistema de saúde no Brasil e a dedicação de muitos profissionais de saúde, apesar dos desafios enfrentados, reforçando a importância de práticas acolhedoras e inclusivas na assistência aos jovens vivendo com HIV/aids.

Recomendações Sugeridas pelos Jovens:

💙 Melhor acesso à informação e acompanhamento psicológico: Os jovens enfatizaram a necessidade de ampliar o acesso à informação clara e precisa sobre HIV/aids desde o momento do diagnóstico. Além disso, ressaltaram a importância do acompanhamento psicológico contínuo para apoiar seu bem-estar emocional e mental.

💙 Humanização do atendimento em saúde e ampliação do acesso aos serviços: Foi sugerida a humanização dos cuidados em saúde, com um enfoque em tratamentos mais empáticos e sensíveis às necessidades individuais. Os jovens também propuseram a expansão dos serviços de saúde para facilitar e ampliar o acesso, especialmente em áreas menos atendidas.

💙 Campanhas públicas contra o estigma do HIV/aids: Os participantes da pesquisa recomendaram a criação de campanhas públicas para combater o estigma associado ao HIV/aids. Essas campanhas deveriam focar em educar o público e promover uma compreensão mais profunda sobre a condição, desmistificando concepções errôneas.

💙 Inclusão de jovens com HIV na formulação de políticas públicas: Outra recomendação foi a inclusão ativa de jovens vivendo com HIV nas decisões relacionadas às políticas públicas de resposta ao HIV/aids. Isso garantiria que suas vozes e experiências sejam consideradas no desenvolvimento de estratégias e programas eficazes.

Estas recomendações refletem o desejo dos jovens de ver um sistema de saúde mais inclusivo, informado e responsivo às suas necessidades específicas enquanto vivem com HIV/aids.

Para download da pesquisa completa da UNICEF, clique no link abaixo: 👇




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Referência:

UNICEF. (2023, Dezembro 1). 64% dos jovens que vivem com HIV aprovam o acolhimento que recebem nos serviços de saúde, mas estigma é principal barreira para aderir ao tratamento, diz UNICEF. UNICEF Brasil. https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/64-por-cento-dos-jovens-que-vivem-com-hiv-aprovam-o-acolhimento-que-recebem-nos-servicos-de-saude


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