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Pesquisa revela que cigarro eletrônico altera resposta inflamatória pulmonar e afeta coração, cérebro e cólon

Pesquisa revela que cigarro eletrônico altera resposta inflamatória pulmonar e afeta coração, cérebro e cólon
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abr. 14 - 3 min de leitura
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Ao estudar sobre os efeitos do uso diário de cigarros eletrônicos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego  descobriram o cigarro cigarro eletrônico altera a resposta inflamatória em órgãos como: pulmão, coração, cérebro e cólon. Além disso, os cigarros também modificam os neurotransmissores nas vias de recompensa. O estudo foi publicado no dia 11 de abril de 2022 no portal científico eLife.

Metodologia utilizada

Para realizar a pesquisa, foram avaliados os efeitos de cigarros eletrônicos com sabor à base de cápsulas JUUL. Foram analisados os impactos da exposição ao aerossol em um período de 3 meses, considerando 3 “tragadas” de 20 por dia. 

O estudo não foi realizado com seres humanos e sim com camundongos expostos aos aerossóis.

Saiba mas: O que você precisa saber sobre a relação dos tabagistas com a transmissão da COVID-19

Resultados

A exposição ao aerossol JUUL gerou os seguintes impactos:

  • Indução da regulação positiva da expressão gênica de citocinas e quimiocinas;

  • Aumento das proteínas  HMGB1 e RAGE no núcleo accumbens no sistema nervoso central;

  • Aumento do gene inflamatório no cólon;

  • Alterações significativas nos pulmões devido à inalação de aerossol de cigarro eletrônico;

  • Respostas  inflamatórias cardiopulmonares à lesão pulmonar aguda com lipopolissacarídeos exacerbadas no coração. 

  •  Aumento das citocinas pró-inflamatórias no cérebro.

Os cientistas ressaltam que os efeitos podem variar, conforme a exposição e o sabor do cigarro eletrônico. Vale destacar que os resultados se referem ao nível de expressão gênica e o estudo sugere que as alterações causadas pelo uso do cigarro eletrônico possuem efeitos preocupantes nos órgãos e na saúde em geral.

Leia também: Nicotina: turbinadora do cérebro?

Polêmicas sobre o uso cigarro eletrônico no Brasil

No dia 11 de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) informou que está recebendo informações técnicas e científicas que servirão como base para avaliar o consumo de cigarros eletrônicos no Brasil.


Várias instituições se posicionaram contra a autorização dos dispositivos, como: Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde, da  Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz)  e  Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). A Fiocruz está promovendo um abaixo-assinado para que os cigarros eletrônicos não sejam liberados.


Referências

  1. MOSHENSKY, Alex et al.  Effects of mango and mint pod-based e-cigarette aerosol inhalation on inflammatory states of the brain, lung, heart, and colon in mice on . eLife (2022). Disponível em: DOI: 10.7554/eLife.67621. Acesso em 14 de abril de 2022.
  2. AGÊNCIA BRASIL. Cigarro eletrônico: Anvisa começa a receber informações sobre produto. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-04/cigarro-eletronico-anvisa-comeca-receber-informacoes-sobre-produto. Acesso em 14 de abril de 2022.
  3.  PORTAL FIOCRUZ. Campanha da Fiocruz promove abaixo-assinado contra a permissão de cigarros eletrônicos. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/campanha-da-fiocruz-promove-abaixo-assinado-contra-permissao-de-cigarros-eletronicos. Acesso em 14 de abril de 2022.

 


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