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Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP): métodos de prevenção à infecção pelo HIV

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP): métodos de prevenção à infecção pelo HIV
Matheus de Freitas
fev. 9 - 4 min de leitura
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Mesmo com os avanços na Ciência e nos métodos de prevenção à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o que contribui também para uma redução de casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), muito se fala – quase que exclusivamente – da camisinha, ou preservativo interno e externo, como a única forma de evitar que o vírus infecte um determinado organismo.

No entanto, sabe-se, por meio de estudos publicados nacionalmente e internacionalmente, que existem algumas maneiras adicionais de combate à epidemia de HIV e Aids no mundo. Sendo elas:

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

Quais são as recomendações de uso?

Recomenda-se para pacientes que sejam HIV negativo (sorologia negativa no momento da triagem), buscar a oferta de PrEP de forma autônoma e/ou ter a recomendação após uso recorrente de PEP e/ou Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Além disso, pode preencher os seguintes passos:

  • ter uma parceria sexual (não necessariamente dentro do seu relacionamento) com indivíduos os quais não se conhece a sorologia para o HIV, podendo estes serem sorologicamente positivos e ter carga viral detectável (lembrando que carga viral detectável é igual a potencial transmissibilidade do vírus);
  • ter práticas sexuais sem a presença de preservativos, tanto em região anal quanto vaginal, com mais de uma de uma pessoa fazendo a ação penetrativa (podendo ser na mesma ocasião ou em momentos diferentes);
  • pacientes com recorrente utilização de PEP.

Qual o nível de eficácia?

Uma análise das publicações do Estudo PrEP Brasil e das publicações oriundas dos estudos clínicos sobre a medida profilática em questão, apresenta uma eficácia de 96% na redução da infecção para aqueles pacientes com aderência de forma correta e sem interrupções.

Profilaxia Pós-Exposição (PEP)

Quais são as recomendações de uso?

Recomenda-se para os pacientes que tenham sido expostos a alguma situação de maior vulnerabilidade para infecção pelo HIV, como está detalhado abaixo:

  • contato sexual sem proteção, podendo ter sêmen e/ou sangue nas mucosas, nos olhos, nariz e boca;
  • contato sexual sem proteção em locais, região cutânea, com a presença de feridas e/ou desintegração visível dessas estruturas;
  • possíveis mordidas com o envolvimento de sangue, sendo a PEP recomendada tanto para quem mordeu quanto para quem foi mordido;
  • entres outros casos que devem ser analisados na consulta médica.

Qual o nível de eficácia?

      Os estudos apresentam que a maior eficácia dessa profilaxia ocorre nas primeiras 72 horas após a exposição de vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Portanto, deve-se procurar um serviço de emergência/urgência ou uma das redes que ofertam PEP no Sistema Único de Saúde e fazer a sua utilização dentro de, no máximo, 72 horas.

Qual seria o melhor método, preservativos, PrEP ou PEP?

Quem define qual é o melhor método de prevenção à infecção pelo HIV é o paciente, de acordo com o seu contexto biopsicossocial, desde que esteja orientado por profissionais de saúde. Além disso, deve-se avaliar o segmento social, aspectos culturais, demográficos e propor medidas livres de preconceitos, estigmas e em um ambiente que seja acolhedor e humanizado.

Onde encontrar PrEP e PEP no SUS?

No link abaixo é possível fazer uma busca das redes de saúde, em esfera nacional, que ofertam essas medidas profiláticas, assim como demais informações e meios de contato. Link: http://www.aids.gov.br/pt-br/acesso_a_informacao/servicos-de-saude/prep

 


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Referências

1 - Página do Estudo Combina: https://projetocombina.wordpress.com/

2 - Página do Estudo PrEP Brasil: https://prepbrasil.com.br/pesquisa-prep-brasil/

3 - Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2017, para implementação da PrEP: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/255889/WHO-HIV-2017.17-eng.pdf

4 - Luz PM, Osher B, Grinsztejn B, et al. The cost-effectiveness of HIV pre-exposure prophylaxis in men who have sex with men and transgender women at high risk of HIV infection in Brazil. J Int AIDS Soc. 2018;21(3):e25096. doi:10.1002/jia2.25096

5 - Anderson PL, Glidden DV, Liu A, et al. Emtricitabine-tenofovir concentrations and pre-exposure prophylaxis efficacy in men who have sex with men. Sci Transl Med. 2012;4(151):151ra125. doi:10.1126/scitranslmed.3004006

6 - UNESCO. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_univ_bioetica_dir_hum.pdf

7 - Stewart et al. Medicina centrada na pessoa: transformando o método clínico. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2017.


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