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Prontuários Eletrônicos: Quanto Tempo os Médicos Gastam?

Prontuários Eletrônicos: Quanto Tempo os Médicos Gastam?
Comunidade Academia Médica
ago. 28 - 3 min de leitura
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Uma publicação da revista  JAMA Network Open de 13 de agosto de 2024, revela informações sobre o tempo significativo que os médicos de emergência gastam em prontuários eletrônicos (EHRs) durante os atendimentos aos pacientes. Realizado por uma equipe de pesquisadores do sistema hospitalar Yale New Haven, o estudo analisou o uso de EHRs por médicos assistentes em três departamentos de emergência, oferecendo uma visão abrangente de como os fatores clínicos e características dos pacientes influenciam o tempo dedicado ao EHR.

Este estudo transversal foi conduzido de março a agosto de 2022 e incluiu 69.698 atendimentos identificados, dos quais 35.187 foram incluídos na análise. O estudo focou no tempo total que os médicos de emergência gastam no EHR por atendimento, bem como na distribuição desse tempo entre atividades principais como documentação, revisão do prontuário médico e entrada de ordens médicas.

Principais Descobertas

Os médicos de emergência passaram uma mediana de 6,82 minutos no EHR por atendimento. Desse tempo, a maior parte foi dedicada à documentação (mediana de 3,72 minutos), seguida pela revisão do prontuário médico (mediana de 1,05 minutos) e entrada de ordens médicas (mediana de 0,60 minutos).

O estudo identificou que o tempo no EHR variava de acordo com fatores como idade do paciente, índice de gravidade (Emergency Severity Index, ESI), destino do paciente (admissão hospitalar), principal queixa (por exemplo, dor nas costas), ambiente de prática (comunidade) e transferência de cuidados entre médicos. Por exemplo, atendimentos de maior gravidade (ESI mais alto) resultaram em um aumento significativo no tempo gasto no EHR, assim como a transferência de cuidados entre médicos, que acrescentou em média 2,05 minutos ao tempo total.

Os autores destacam que, embora o tempo mediano no EHR por atendimento na emergência seja comparável ao de especialidades ambulatoriais, há uma heterogeneidade substancial baseada na gravidade e apresentação dos pacientes. Isso reflete a diversidade de casos tratados no ambiente de emergência, onde a eficiência e a qualidade do cuidado são essenciais.

O estudo apontou limitações, como a exclusão de atividades realizadas através de dashboards que não estão vinculadas a atendimentos específicos no registro de auditoria do EHR e o foco apenas nos médicos assistentes, potencialmente subestimando a carga total de trabalho no EHR associada ao cuidado emergencial.

Com o aumento da complexidade dos pacientes e o crescimento dos registros médicos, torna-se necessário o desenvolvimento de novas ferramentas de EHR que facilitem a documentação e a síntese das informações do paciente. Essas ferramentas podem promover um cuidado mais seguro, eficiente e de alta qualidade, ajudando a aliviar a carga sobre os profissionais de saúde na emergência.

Referência:

Iscoe MS, Venkatesh AK, Holland ML, Krumholz HM, Sheares KD, Melnick ER. Benchmarking Emergency Physician EHR Time per Encounter Based on Patient and Clinical Factors. JAMA Netw Open. 2024;7(8):e2427389. doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.27389


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