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República

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Crônicas de Anestesia
nov. 17 - 3 min de leitura
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República

O povo marchou. Faixas e bandeiras do Brasil em punho. Rostos pintados de verde e amarelo. Crianças, adultos, idosos. Brancos, negros, pardos, amarelos. Esse povo cansado e trabalhador. Esse povo que paga tantos impostos. Que trabalha 5 meses do ano apenas para isto. Que leva nas costas um governo imenso, perdulário e corruPTo.

Muita gente(que não marchou), gente preguiçosa e acomodada, diz que este partido não inventou a corrupção, que todos roubam, que é assim. Devemos nos acostumar, sentar e assistir ao assalto em troca das migalhas estatais. Em troca de um sorriso e uma piscadinha do Lula. Em troca de nada.

Ontem (15 de novembro) foi aniversário da proclamação da República. Uma data muito importante e que passa quase despercebida. Uma pena. A República foi o desenvolvimento natural e ,talvez, óbvio da nossa História. Desse país imenso e naturalmente dividido. Mas importante demais para ser esquecida. Justamente ontem o povo foi às ruas com as bandeiras do Brasil enroladas aos corpos e com a alma exposta.

A grande imprensa deste país os ignorou. Tratou-os como loucos. “Reacionários! Antiquados!Coxinha! Povo burro!” Será que este foi o tema nas redações? Acho que a verdadeira pergunta é: será que existe algum tema nas redações que possa ser de oposição ao governo? O povo nas ruas estava pedindo imprensa livre porque isto já não ocorre mais. Caminho perigoso para qualquer nação que se preze. Imprensa livre anda de mãos dadas com democracias verdadeiramente saudáveis, infelizmente parece que esse não é mais o nosso caso.

Mesmo assim, esse brado retumbante foi ouvido nos quatro cantos do continente. A mensagem foi passada e está no ar. As pessoas podem ser presas, as pessoas podem ser mortas, as pessoas podem ser exiladas mas as ideias, ah as ideias, essas são imbatíveis, são etéreas e permeiam tudo. As ideias são insuperáveis. A grande nêmesis de todos os tiranos que existiram e que ainda existirão.

A democracia(de verdade), a liberdade de se expressar, a igualdade perante a lei. Essas são grandes ideias e elas estão aí, não morrem. Esse o grande anseio do povo que saiu paras as ruas em 15 de novembro de 2014. Um grande dia.

Não há mordaça que possa nos calar daqui para frente. As pessoas, das mais humildes e simples às mais intelectualizadas, estão contaminadas de República. Liberdade abre as asas sobre nós. Essa contaminação é poderosa demais e nos guia os passos. Tiradentes, José Bonifácio, Dom Pedro I, Princesa Isabel, Deodoro da Fonseca, Tancredo Neves, estes e tantos outros que lutaram por liberdade em algum momento de nossa História, ainda estão aqui. Misturam-se com a ideia que leva o povo a marchar. São a bateria interminável no raiar da alvorada.

O povo brasileiro honesto, digno, verdadeiro. O povo brasileiro que ainda ama este país. O povo brasileiro que quer liberdade. O povo marchou.

Carlos Eduardo dos Santos Martins – Um brasileiro


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