Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

Resistência à Quimioterapia em Pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda

Resistência à Quimioterapia em Pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda
Academia Médica
mai. 4 - 3 min de leitura
000

Uma pesquisa realizada por cientistas do St. Jude Children's Research Hospital revelou a importância de variantes genéticas não codificantes no desenvolvimento da resistência à quimioterapia em pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA), o câncer infantil mais comum. Publicado recentemente na Nature Communications, e divulgado em 01 de maio de 2024, em Science Daily, o estudo apresenta descobertas que poderiam transformar a abordagem terapêutica para essa doença devastadora.

A leucemia linfoblástica aguda possui altas taxas de sobrevivência, superiores a 94%, graças às terapias modernas. No entanto, a resistência à quimioterapia em casos recorrentes ou recidivados reduz significativamente as taxas de sobrevivência para 30-40%. Historicamente, as pesquisas sobre resistência à quimioterapia focavam em DNA codificante. No entanto, os pesquisadores do St. Jude voltaram sua atenção para o DNA não codificante, que compõe 98% do genoma humano e não contém genes, mas possui instruções cruciais para a regulação gênica.

A equipe de pesquisa, liderada por Daniel Savic, PhD, e incluindo os co-primeiros autores Jackson Mobley, PhD, e Kashi Raj Bhattarai, PhD, utilizou tecnologias avançadas para analisar mais de 1.600 variantes genéticas não codificantes simultaneamente. Este esforço permitiu identificar mais de 500 variantes funcionais associadas à resistência à quimioterapia.

Um dos principais avanços do estudo foi a descoberta de um novo mecanismo de resistência à vincristina, um medicamento comumente usado no tratamento da LLA. A variante mais impactante identificada estava localizada próxima ao gene EIF3A, conhecido por seu papel na proliferação e sobrevivência celular. Através de mapeamento genômico 3D, os pesquisadores demonstraram como a variante influencia a atividade do gene-alvo, afetando a resposta ao tratamento.

Além de iluminar o papel das variantes não codificantes na resistência à quimioterapia, o estudo também representa um avanço significativo na forma como os cientistas podem abordar a pesquisa genômica. A capacidade de conectar variações no DNA não codificante à função gênica e, subsequentemente, a características clínicas específicas como a resistência à quimioterapia, abre novos caminhos para o desenvolvimento de terapias personalizadas e a otimização dos tratamentos existentes.

Os resultados deste estudo promovem uma compreensão mais profunda dos mecanismos genéticos subjacentes à resistência ao tratamento, e esperança para a melhoria dos resultados clínicos em pacientes com LLA. A pesquisa destaca a importância de explorar a vasta região não codificante do genoma, que até então era um território amplamente inexplorado em estudos associados a traços farmacológicos e predisposição a doenças.


Este estudo é um exemplo claro da importância de integrar tecnologias genômicas avançadas no estudo de doenças complexas e reforça o potencial de tais abordagens em personalizar e melhorar o tratamento de cânceres e outras doenças genéticas.




Referência: 

St. Jude Children's Research Hospital. "Unraveling the roles of non-coding DNA explains childhood cancer's resistance to chemotherapy." ScienceDaily. ScienceDaily, 1 May 2024. <www.sciencedaily.com/releases/2024/05/240501153021.htm>.


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você