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Riscos do Jejum Intermitente na Adolescência

Riscos do Jejum Intermitente na Adolescência
Comunidade Academia Médica
fev. 16 - 3 min de leitura
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, Hospital LMU de Munique e Helmholtz Munique, revelou que o jejum intermitente pode ter efeitos prejudiciais significativos no desenvolvimento de células em jovens, particularmente durante a adolescência. Os resultados, publicados em Cell Reports e divulgado na ScienceDaily, destacam preocupações potenciais sobre os riscos associados a essa prática popular de dieta para adolescentes.

Efeitos do Jejum Intermitente em Diferentes Faixas Etárias

O estudo analisou três grupos de camundongos - adolescentes, adultos e idosos - submetendo-os a um regime de jejum intermitente, onde ficavam sem alimento por um dia e alimentados normalmente nos dois dias subsequentes. Após dez semanas, observou-se uma melhora na sensibilidade à insulina nos camundongos adultos e idosos, indicando uma resposta metabólica melhorada à insulina produzida pelo pâncreas. Esta é uma chave para regular os níveis de açúcar no sangue e prevenir condições como diabetes tipo 2.

No entanto, os resultados foram alarmantes para os camundongos adolescentes, que mostraram uma queda preocupante na função de suas células beta, as células produtoras de insulina do pâncreas. Essa deficiência na produção de insulina está ligada ao desenvolvimento de diabetes e interrupções no metabolismo.

Implicações para Humanos

Os pesquisadores utilizaram sequenciamento de células únicas, uma tecnologia avançada, para investigar a causa do prejuízo nas células beta. Eles descobriram que, nos camundongos mais jovens, houve uma falha no amadurecimento adequado dessas células essenciais. "Em certo ponto, as células nos camundongos adolescentes pararam de se desenvolver e produziram menos insulina," explica Peter Weber de Helmholtz Munique.

Os camundongos mais velhos, cujas células beta já estavam maduras antes do início do jejum, não foram afetados. Esta descoberta é particularmente relevante porque comparações com dados de tecidos humanos mostraram que pacientes com diabetes tipo 1, onde as células beta são destruídas por uma resposta autoimune, exibiram sinais semelhantes de maturação celular prejudicada.

"Ao confirmar que o jejum intermitente é benéfico para adultos, mas pode apresentar riscos para crianças e adolescentes, nosso estudo abre novas vias para tratamentos potenciais de diabetes que visam restaurar a produção de insulina", afirma Stephan Herzig, professor na TUM e diretor do Instituto de Diabetes e Câncer em Helmholtz Munique.

Os próximos passos da pesquisa incluirão investigar mais profundamente os mecanismos moleculares por trás dessas observações. Com um entendimento mais claro de como promover um desenvolvimento saudável das células beta, poderíamos potencialmente oferecer novas soluções para o tratamento do diabetes.

Este estudo reforça a necessidade de considerar as variações nas respostas biológicas entre diferentes faixas etárias ao adotar práticas de saúde como o jejum intermitente, especialmente quando envolvem jovens em fase de crescimento.

Referência:

Technical University of Munich (TUM). "Mouse study finds impaired cell development: Intermittent fasting could be unsafe for teenagers." ScienceDaily. ScienceDaily, 14 February 2025. <www.sciencedaily.com/releases/2025/02/250214123927.htm>.


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