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Saia da zona de conforto

Saia da zona de conforto
Marcela da Silveira Rocha
dez. 6 - 2 min de leitura
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Lembro até hoje a primeira vez que vi imunologia. Era uma infinidade de células. Pior que as células, as citocinas... A faculdade na época era PBL (Problem Based Learning). Tipo, vire-se. Saia da zona de conforto. E o desespero? Do tamanho do número de proteínas expressas pelo nosso DNA!

O início de imunologia é pura tortura. A gente lê 1, 2, 3, 4 vezes o Abbas para entender o modo de "ensinar" dele. Até que um dia você acorda mais "confortável" com o Abbas. Estranho. No meu caso, comecei até a gostar. Comecei a ensaiar a mecânica das coisas e como minhas células beta do pâncreas foram "mortas". Mas não tem jeito, é preciso tempo para curtir o Abbas. Em 2 meses é impossível.

Foi quando troquei de faculdade. Com aulas e mestres dando show em sala de aula. Cobranças mil. E de repente, comecei a curtir o Abbas. Imunologia 2 eu faço com um certo prazer. Continuo a sofrer, aprender é sair da zona de conforto, é ter medo da nota, é levar susto, é correr contra o tempo. E também ter tempo para ter insights....

Hoje olho o Abbas com carinho. Lá se vai quase um ano vendo os macrófagos M1 soltarem citocinas inflamatórias anti câncer, enquanto os macrófagos M2 são pró câncer. Sim, o nobel!!! O nobel foi sobre isso. Eles também aprenderam a curtir o Abbas...

É por amor que a gente acaba curtindo o Abbas... Amor ao conhecimento. Amor na crença de que não existem verdades absolutas.

Assim como na Medicina, a gente muda a todo momento.


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