Integrantes da Universidade de Tóquio, em estudo
publicado no Journal of Craniofacial
Surgery, revelam bons resultados de uma abordagem não cirúrgica para
correção de deformidades congênitas em orelhas de bebês. Eles relatam que
utilizaram clipes de papel para construção de talas personalizadas com o
intuito de moldar as orelhinhas em crescimento.
A experiência foi positiva principalmente entre
crianças com menos de seis meses de vida, devido à maior maleabilidade da
cartilagem da orelha e também ao fato de que crianças maiores são mais sujeitas
a arrancar as talas. A técnica foi utilizada para correção de deformidades
relativamente leves: criptotia, uma condição na qual a cartilagem da orelha
superior fica parcialmente enterrada sob a pele; ou orelha contraída, na qual a
parte superior da orelha é dobrada.
Entre os anos de 2010 e 2019, as talas foram
utilizadas para correção não cirúrgica em oitenta orelhas de 63 pacientes, com
idade média de quatro meses. Dobradas na forma necessária para guiar o
crescimento da cartilagem, elas foram usadas pelas crianças durante todo o dia
e à noite, sendo retiradas apenas no momento do banho. A armação de metal foi acolchoada
com algodão para proteger a pele. Em torno dela, foi colocada resina
termoplástica.
Após várias semanas de acompanhamento, os médicos
notaram a formação de sulco auriculocefálico adequado na maioria das orelhas. Do
total, 36,5% delas tiveram resultados considerados excelentes e 73% resultados
satisfatórios. A alternativa foi apontada como simples, barata e
personalizável. Segundo os autores do estudo, a técnica não inviabiliza o
tratamento cirúrgico até os 5 anos de idade caso a correção com talas não seja
bem sucedida.
Referência:
Hitomi Matsutani et al, Nonsurgical Creation of an Auriculocephalic Sulcus in Children With Congenital Auricular Deformities, Journal of Craniofacial Surgery (2023). DOI:10.1097/SCS.0000000000009180
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