O transtorno bipolar, uma condição psiquiátrica marcada por oscilações extremas de humor, afeta cerca de 8 milhões de americanos e estima-se que 40 milhões de pessoas globalmente. Com início dos sintomas mais comum entre os 15 e 25 anos, essa condição se manifesta inicialmente muitas vezes por meio de um episódio depressivo, trazendo à tona a necessidade de um olhar atento para seu diagnóstico e tratamento precoce.
Fonte: Voelker R., 2024
Existem duas principais variações deste transtorno. No Bipolar I, os pacientes experimentam episódios de mania com duração de uma semana ou mais, que podem exigir hospitalização, caracterizados por impulsividade, comportamento de risco, e um estado de grande euforia ou irritabilidade. Já o Bipolar II se distingue pela presença de hipomania, uma forma menos intensa de mania, e episódios depressivos anteriores.
A detecção do transtorno bipolar se dá através da identificação de episódios de depressão e mania. Os profissionais de saúde são encorajados a sondar sintomas maníacos em pacientes deprimidos, tais como energia excessiva e alterações no humor, para um diagnóstico preciso. A contribuição de familiares pode ser crucial para entender os padrões comportamentais recentes do paciente, enfatizando a importância da observação e comunicação familiar no processo diagnóstico.
O transtorno não apenas coexiste frequentemente com ansiedade e transtornos de uso de substâncias — afetando 70% e mais da metade dos pacientes, respectivamente —, mas também está associado a transtornos de personalidade e TDAH, complicando ainda mais seu tratamento.
O manejo do transtorno bipolar é predominantemente medicamentoso, exigindo uma abordagem de tratamento vitalícia para a maioria dos pacientes. Este inclui o uso de estabilizadores de humor, antipsicóticos atípicos e psicoterapia, com o objetivo de reduzir sintomas, evitar recaídas e melhorar a qualidade de vida. Em casos severos, a terapia eletroconvulsiva pode ser considerada.
Além dos desafios psiquiátricos, o transtorno bipolar está ligado a uma expectativa de vida reduzida em 12 a 14 anos em comparação à população em geral, devido principalmente ao risco aumentado de suicídio e doenças cardíacas. Fatores como síndrome metabólica, obesidade, tabagismo e diabetes tipo 2 são prevalentes, destacando a necessidade de intervenções focadas na saúde física dos pacientes, incluindo programas de cessação do tabagismo, atividade física e dietas balanceadas.
O transtorno bipolar apresenta desafios significativos, tanto no diagnóstico quanto no tratamento. Contudo, com a devida atenção médica, apoio familiar e um plano de tratamento adaptado, os indivíduos afetados podem gerenciar seus sintomas eficazmente, levando uma vida plena e produtiva.
Referência:
Voelker R. What Is Bipolar Disorder? JAMA. Published online February 16, 2024. doi:10.1001/jama.2023.24844