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Metade das pessoas com COVID-19 sofre com sequelas da "Covid longa", revela pesquisa da Fiocruz

Metade das pessoas com COVID-19 sofre com sequelas da "Covid longa", revela pesquisa da  Fiocruz
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mai. 12 - 3 min de leitura
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Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Minas Gerais, publicaram, no dia 6 de maio, um estudo sobre a síndrome da Covid longa.  Os cientistas acompanharam 646 pessoas durante 14 meses e descobriram que  50% dos pacientes apresentam sequelas a longo prazo. Eles também  identificaram 23 sintomas desenvolvidos após o fim do quadro de infecção decorrente da COVID-19 como: cansaço extremo, insônia, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar, entre outros.  A pesquisa foi publicada na revista  Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene

Metodologia

A pesquisa foi realizada pelo método longitudinal e incluiu 646 participantes que positivaram para COVID-19 e foram atendidos entre abril de 2020 e março de 2022, no pronto-socorro  do Hospital da Baleia e Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte.

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Para monitorar os sintomas e sequelas remanescentes, os pesquisadores realizaram entrevistas com as pessoas, pelo menos uma vez por mês, durante 14 meses após o diagnóstico confirmado. 53,9%  das participantes eram do sexo feminino e a idade variou entre 18 e 91 anos.  Dos 646 pacientes acompanhados, apenas cinco haviam sido vacinados e, desses, três tiveram a Covid longa. 

Principais sequelas após COVID-19

A principal queixa relatada por 35,6% dos pacientes consiste na dificuldade em realizar atividades no dia-a-dia.  Sequelas como tosse persistente, dificuldade respiratória, perda do olfato ou paladar, dores de cabeça frequentes, insônia, ansiedade e tontura também foram apontados como sistemas persistentes a longo prazo.

Um grupo de 20 pessoas (6,2% da amostra monitorada) desenvolveu sequelas mais graves como trombose. No caso de pacientes com comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias e câncer, a infecção foi mais grave e a, consequentemente, as chances de sequelas aumentaram nestes casos.

Em entrevista concedida à imprensa, a pesquisadora Rafaella Fortini, coordenadora do estudo  afirmou que os resultados da pesquisa mostram que as sequelas acometeram não somente pacientes que desenvolverem a forma mais grave da COVID-19, como também os que tiveram um quadro leve ou assintomático.

"Tais resultados mostram a importância de entendermos bem essas sequelas, uma vez que estão ocorrendo até mesmo em pessoas que, durante a fase aguda da infecção, estiveram assintomáticas”. 

Os resultados da pesquisa também mostraram que  os sintomas pós-infecção se manifestam nas três formas da doença: grave, moderada e leve.

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Na forma grave, de um total de 260 pacientes, 86, ou seja, 33,1%, tiveram sintomas duradouros. Entre os 57 diagnosticados com a forma moderada da doença, 43, isto é, 75,4%, manifestaram sequelas e, dos 329 pacientes com a forma leve, 198 (59,3%) apresentaram sintomas meses após o término da infecção aguda.


Referências

  1. DE MIRANDA, Daniel AP et al. Long COVID-19 syndrome: a 14-months longitudinal study during the two first epidemic peaks in Southeast Brazil. Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1093/trstmh/trac030. Acesso em: 12 de maio de 2022.
  2. PORTAL FIOCRUZ. Pesquisa da Fiocruz avalia síndrome da Covid longa. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-da-fiocruz-avalia-sindrome-da-covid-longa.Acesso em: 12 de maio de 2022.

 

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