Uma das coisas que nos predispomos a fazer aqui na Global Health League da Academia Médica é compartilhar grandes questões relativas a área. Uma desses questões é o lançamento do novo Código Internacional de Doenças CID-11, que deve ser a base para toda a parametrização de dados das nações, empresas e profissionais de saúde do mundo. É um prazer compartilhar isso com este grupo. Não deixe de seguir a GHL e participar da nossa liga de estudos em Saúde Global. O texto abaixo é tradução livre de parte do conteúdo do site da OMS, que pode ser acessado no original em inglês aqui.
Ao final deste texto, gostaríamos de saber suas impressões sobre a nova CID. Por favor, comente!
Codificando doenças e morte
São poucas as ferramentas reais de visualização da Qualidade de Vida das nações melhores que a Estatística em Saúde. Enquanto indicadores econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) podem esconder impressões sobre a prosperidade, dados sobre as doenças e as causa de morte revelam como a população está realmente vivendo.
A International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (CID) é a base sólida para as estatísticas em saúde. Ela mapeai as condições humanas do nascimento até a morte. Qualquer evento ou doença que podemos encontrar na vida – e algumas na morte – é codificada.
Não apenas isso, a CID captura fatores que influenciam a saúde ou causas externas de mortalidade e morbidade, proporcionando uma visão holística sobre cada aspecto da vida que pode afetar a saúde.
Essas estatísticas de saúde formam a base de qualquer decisão feita em políticas de saúde. Entender sobre o processo de adoecimento, suas causas e o que pode ter sido o causador de sua morte está no centro do mapeamento das tendências e epidemias. Saber disso impacta em como decidimos sobre programas de saúde, alocação de recursos e investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Os códigos da CID têm uma enorme importância financeira, uma vez que são usados para determinar onde é melhor investir os recursos escassos. Em países como os Estados Unidos, no qual a CID é parte fundamental do pagamento dos seguros de saúde, há um envolvimento crítico com as finanças do sistema de saúde.
Por que a CID é tão importante? Veja o vídeo da OMS:
Em um mundo com 7,4 Bilhões de pessoas, falando aproximadamente 7.000 línguas, a CID proporciona um vocabulário comum para classificar, gravar, reportar e monitorar problemas de saúde. Cinquenta anos atrás, seria improvável que doenças como a esquizofrenia pudesse ser diagnosticado da mesma forma no Japão, Quênia e Brasil. Agora, entretanto, se um médico em outro país não consegue ler os prontuários do paciente, eles podem entender o que o paciente tem pela CID.
Sem a possibilidade da CID promover a padronização e dados consistentes, cada país ou região possuiria sua classificação única, que só seria relevante no lugar em que ela fosse utilizada. Padronização é a chave que destrava a análise de dados da saúde global.
Pronta para o Século 21
Em junho de 2018, após o lançamento da décima edição, a Organização Mundial de Saúde lança uma versão que permite aos Estados Membros o planejamento de sua implementação. Isso antecipa a apresentação da CID-11, prevista para ocorrer durante a Assembleia da Organização Mundial da Saúde em 2019, que deverá ser adotada pelos países. Após mais de uma década, essa versão é uma melhora vasta da CID-10.
- Em primeiro lugar, ela foi adaptada para o século 21 e reflete avanços críticos nas Ciências e na Medicina.
- Em segundo, pode ser integrada com aplicações e sistemas eletrônicos . Essa nova versão, totalmente eletrônica, e muito mais fácil de implementar, levará a menos erros, permitirá um maior detalhamento. Cada uma delas tornará a ferramenta muito mais acessível, particularmente para configurações com poucos recursos.
- A CID foi produzida após um processo transparente, colaborativo e sem precedentes na história. A complexidade da utilização da CID, em alguns momentos, poderia ser vista como uma ferramenta esotérica que requiria meses de treinamento (apenas 1/3 dos reports sobre as mortes do mundo eram preenchidos corretamente, por exemplo). Mais um motivo para que a revisão da CID a tornasse mais fácil de ser usada.
A decisão de "resetar" a CID para a adequação para o século 21 foi feita na Assembleia Geral da Associação Mundial de Saúde, no ano 2000. Até então, a CID era revisada a cada década (a CID-10 foi lançada em 1990).
O lançamento da CID-11 ocorreu em Tóquio e é resultado da colaboração da OMS com a Joint Task Force para a produção de uma versão pronta para ser lançada nos países. Através desta revisão, as partes interessadas foram convidadas para enviar propostas e a OMS recebeu mais de 10.000 delas até então.
A nova CID contém mais de 55.000 códigos, enquanto a CID-10 possui "apenas" 14.000
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Foto do título: WHO Haiti Earthquake
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