Os diversos avanços no uso da inteligência artificial estão cada vez mais próximos da medicina. E, pensando sobre a evolução de nossa querida ciência, divaguei sobre os blocos de transformações científicas que nos trouxeram até aqui. Chamei essas transformações de revoluções já que efetivamente mudaram a maneira como executávamos e entediamos o nosso ofício.
Podemos separar estes avanços em quatro momentos. Desculpem-me todos, mas trataremos da evolução desta maneira para torná-la mais didática a quem nos lê. Certamente não houve apenas quatro revoluções médicas até agora. Uma leitura evolutiva por alguém muito mais capaz poderia dividi-la de maneira diferente. Essa divisão tem meramente a intenção de nos colocar em contexto sobre o efeito da potencialização do pensamento humano pela ação do computador na prática diária.
A primeira é a Revolução da Compreensão: colocamos aqui o grande esforço inicial para compreender o corpo humano e as doenças. Engobamos nela a evolução da anatomia descritiva normal e patológica, a evolução da microbiologia até a época de Pasteur (vacina – 1885, assepsia – 1867, etc).
A segunda é a Revolução do Tratamento: uma vez compreendidos o normal e o patológico, e com a melhor entendimento sobre os agentes, fez-se necessário o desenvolvimento da cura. Nessa busca, a farmacologia e a técnica cirurgia foram desenvolvidas. Como alguns marcos, podemos citar a descoberta da penicilina em 1928, dos oncoterápicos em 1965, a transfusão em 1901 e os transplante 1958, etc.
A terceira é a Revolução Mecânico-eletrônica: compreende a melhoria da aparelhagem diagnóstica (ultrassom, tomografia em 1971), dos exames laboratoriais (até 1970 o hematológico só tinha 7 exames), melhoria da monitorização e suporte a vida (desenvolvimento da UTI, a partir de 1972).
A quarta é a Revolução da Inteligência Artificial e do Genoma: anteriormente tínhamos como inteligência atuante unicamente o médico, mas as redes sociais estão cada vez apoderando os pacientes do saber médico, computadores pensam cada vez melhor, aconselham, dão suporte. Em breve robôs participarão de equipes médicas e contribuirão com opiniões em reuniões clínicas. E na genética, temos marcos como bebês de proveta em 1978, célula tronco em 2004, o Projeto Genoma e as modificações genéticas pré-concepcionais.
E para estar preparado para essas mudanças precisamos, desde já, pensar em nos posicionar como líderes, ou então seremos liderados.
Bem-vindos a essa nova revolução!