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Diagnóstico médico computacional: médicos X inteligência artificial

Diagnóstico médico computacional: médicos X inteligência artificial
Domingos Sávio Oliveira Bezerra
dez. 29 - 3 min de leitura
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O que antes nos parecia uma realidade distante torna-se cada vez mais presente na nossa atualidade. Quem se atrever a colocar na busca do Google o termo “symptom checker” vai receber de sopetão cerca de 54 milhões de resultados. O termo é usado para denominar os checadores de sintomas, ou programas anamnéticos, que estão presente, inclusive, em clínicas famosas, como a Mayo Clinic.

Recentemente a Universidade de Harvard publicou um artigo sobre seu symptom checker, usado em um programa de saúde chamado de Human Dx. O artigo na íntegra pode ser visto no JAMA Internal Medicin, de dezembro de 2016, com o título de Comparison of Physician and Computer Diagnostic Accuracy. E não estranhe, é isso mesmo que vocês leram: estamos sendo comparados com máquinas! A tecnologia aplicada à saúde evoluiu muito nos últimos anos, possibilitando que até mesmo computadores possam fazer diagnósticos de doenças através da inteligência artificial.

E quem você acha que venceu: médicos ou inteligência artificial?

Os avanços da tecnologia na área da saúde culminaram na criação de softwares que podem aprender e identificar padrões em grandes quantidades de dados. O sistema 'estuda' várias informações sobre Medicina, como livros técnicos, pesquisas e diagnósticos que já foram feitos, e identifica padrões. Quando o software analisa um novo caso, leva em consideração todo esse conhecimento e dá um diagnóstico. Já existem situações em que a inteligência artificial identificou um caso raro de câncer que mesmo os médicos mais experientes não foram capazes de diagnosticar.

No estudo que comentamos acima, os pesquisadores solicitaram aos 234 médicos participantes que avaliassem 45 casos clínicos, com diferentes graus de severidade. Para cada quadro apresentado, os profissionais tiveram que indicar o diagnóstico mais provável e outros dois possíveis. Os resultados foram:

Acertaram o diagnóstico mais provável:

  • Médicos: 72%
  • Programas de I. A.: 34%

Fizeram o diagnóstico correto em uma das três primeiras opções:

  • Médicos: 84%
  • Programas de I. A.: 51%

Os resultados mostram que as máquinas ainda não são capazes de se igualar aos humanos na área da medicina. A diferença na performance foi maior nos casos de doenças mais graves e mais raras. Em todos os testes, o rendimento dos médicos foi superior ao dos programas.

Os pesquisadores explicam que os programas de inteligência artificial já estão no mercado há um tempo, mas não foram desenvolvidos com o objetivo de substituir os médicos (ver link). Nem substituirão, pois sempre será preciso um ser humano para compilar dados e assumir a responsabilidade pelo tratamento.

Assim como em outras tecnologias, a ideia é que o software possa ajudar o médico na tomada de decisão clínica e, possivelmente, diminuir a porcentagem de erros médico-diagnóstico – que hoje é de 15% (JAMA, 2016). Mas, de toda forma, as tecnologias já nos avisam sobre novas perspectivas que se avizinham.

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