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Troca de Plantão #13: Ministério da Saúde, remdesivir e volta às aulas

Troca de Plantão #13: Ministério da Saúde, remdesivir e volta às aulas
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mar. 22 - 10 min de leitura
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Com o intuito de levar informação relevante aos médicos, profissionais de saúde e gestores que trabalham com ciências médicas no Brasil e no mundo, criamos o "Troca de Plantão da Academia Médica", que acontece de Segunda a Sexta às 06h30 da manhã no Clubhouse.  

Comandado por Fernando Carbonieri, médico e fundador da Academia Médica, o Troca de Plantão nº13 contou com os colegas Filipe Prohaska, Alexander BuarqueMarilea Assis, Ana Carolina, André Ballalai, Simone Peroba, Felipe Roitberg, Jair Kuhn, Thiago Rodrigues, entre outros que também compartilharam conhecimento com a comunidade. Com audiência crescente, o Troca de Plantão da Academia Médica traz as principais publicações científicas do cenário mundial, discutidas por profissionais de ponta.

O Troca de Plantão acontece no Grupo da Academia Médica, dentro do Clubhouse. Entre e procure o Club Academia Médica.

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O Troca de Plantão #13 começou com Carlos nos atualizando sobre a utilização de microbolhas para entrega de medicações, bem como Alexander comentando sobre a obrigatoriedade da Classificação Internacional de Doenças (CID) em atestados médicos para fins de abono de faltas, um tema que tem gerado muitas dúvidas, tanto para as empresas, quanto para os empregados. Também pontuou a inércia dos conselhos federais de medicina na regulação e organização dessas informações. Fernando também alegou que um problema crônico na área da saúde é o não conhecimento adequado sobre sistemas de referência e contra-referência no SUS.

Sobre as vacinas, Fernando pontuou que viveremos uma espécie de Guerra Industrial sob um contexto de qual vacina será melhor, bem como questionou os colegas sobre a periodicidade de sua aplicação. Filipe respondeu que como o vírus do COVID-19 é um "vírus de coroa", assim como o do sarampo e rubéola, provavelmente a vacina do coronavírus entrará na lista da tríplice viral, e por abranger todas as suas variantes, a vacina poderia nos dar imunidade sólida.

 

Sessão "Fofocas do dia"

Remdesivir: o antiviral aprovado pela Anvisa contra a COVID-19

Leia mais aqui. 

Filipe nos trouxe a notícia de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), liberou, nesta sexta-feira (12), o uso do antiviral experimental remdesivir para o tratamento da Covid-19 no Brasil. O remédio é o primeiro a ter recomendação em bula para tratamento de pacientes com o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Para tratar a doença, o remdesivir está sendo estudado pela Gilead Sciences, farmacêutica dona da fórmula, e pela Anvisa desde junho de 2020. As pesquisas mostram a diminuição no tempo de internação dos pacientes que tomaram a droga de forma intravenosa, único modo de administração aprovado. 

O remdesivir é um medicamento sintético aplicado na veia do paciente, que age impedindo a replicação viral. De acordo com a Anvisa, o antiviral poderá ser utilizado no Brasil em pessoas com idade superior a 12 anos, com pelo menos 40 kg, que estejam com pneumonia e precisem de suplementação de oxigênio.

 

Desenvolvimento do Preditivo de Risco Adaptativo COVID-19 Grave (SCARP), uma Calculadora para Prever Doença Grave ou Morte em Pacientes Hospitalizados com COVID-19

Leia mais aqui.

Usando o poder preditivo de dados de floresta aleatória para sobrevivência, longitudinal e multivariada (RF-SLAM) e dados longitudinais de mais de 3.000 pacientes hospitalizados com COVID-19, foi desenvolvida uma ferramenta interativa que fornece de forma rápida e precisa a probabilidade de progressão de um paciente individual para doença grave ou morte com base em dados prontamente disponíveis informações clínicas, porém, ainda não está liberada e revisada para uso.

O registro JH-CROWN inclui todos os sinais vitais, registros de oxigênio suplementar e medições laboratoriais que compõem os fluxogramas clínicos. Além disso, foram incluídas informações demográficas estruturadas e comorbidades derivadas dos códigos CID-10. Filipe ressaltou que não se pode levar o resultado como verdade absoluta, mas deve ajudar e guiar bastante o diagnóstico e prognóstico, como também é mutável. 

 

[Pré-impressão] RCT: dose total / anticoagulação terapêutica não oferece benefícios em pacientes criticamente enfermos com Covid-19

Leia, na íntegra, aqui

 

Perspectiva The Lancet: a reabertura da escola sem a mitigação robusta do COVID-19 corre o risco de acelerar a pandemia

Leia, na íntegra, aqui.

Os argumentos de que as escolas não contribuem para a transmissão na comunidade e que o risco geral para as crianças do COVID-19 é muito pequeno significam que as mitigações nas escolas receberam baixa prioridade. No entanto, a evidência citada para esses argumentos tem sérias limitações. O fechamento de escolas primárias e secundárias tem sido associado a reduções substanciais ao longo do tempo no número de reprodução efetiva em muitos países (incluindo a Inglaterra) e períodos de tempo. O retorno à escola o mais rápido possível é fundamental para a educação, o desenvolvimento social e o bem-estar físico e mental das crianças.

Embora seja improvável que COVID-19 cause doença grave em crianças, as estimativas de prevalência de sintomas longos de COVID-19 com base na Pesquisa de Infecção do ONS sugerem que 13% das crianças de 2 a 10 anos e 15% das crianças de 12 a 16 anos têm pelo menos um sintoma persistente 5 semanas após o teste ser positivo. Dada a incerteza sobre os efeitos a longo prazo da infecção do SARS-CoV-2 para a saúde, não seria sensato deixar o vírus circular nas crianças, com o consequente risco para suas famílias. A reabertura total em um ambiente de alta transmissão na comunidade sem salvaguardas apropriadas corre o risco de privar muitas crianças da educação e da interação social novamente, agravando as desigualdades existentes. Ao contribuir para a alta transmissão da comunidade, também fornece um terreno fértil para a evolução do vírus e novas variantes.

Carlos opinou que qualquer aglomeração corroboraria em uma maior taxa de transmissibilidade do vírus, porém, a questão a ser levantada é sobre o que seria primordial para o país. Pontuou:

"Em alguns países, como o Brasil, priorizamos a abertura de bares e restaurantes. Em outros, a prioridade foi as escolas."

Jair também lembrou que com a aglomeração de crianças em creches e escolas, provavelmente teríamos um aumento de sintomas de vias aéreas, que não necessariamente seria devido o COVID-19. Porém, isso poderia causar uma grande preocupação nos pais e aumento de exames de PCR, por exemplo, haja vista que vivemos sob uma cultura de "pronto-socorrização". Levantou que enquanto não tivermos uma cultura educacional, com razões claras de como e quando pedir exames, e como avaliar esse pedido, teremos problemas em relação a esse debate.

 

#Troca de Ministro

Simone começou a discussão comentando que a troca repetitiva de ministros faz com que o Brasil fique sob um estereótipo de não confiabilidade, instabilidade e vulnerabilidade. Marilea deu sequência em convergência, alegando que o Ministério da Saúde precisa ter gestão, analisando todo o contexto, e não apenas um item (COVID-19), como está sendo feito, haja vista que mesmo em um cenário pandêmico, também existem outros problemas na saúde e que não devem ser ignorados. Além disso, ressaltou a importância da equipe multidisciplinar, bem como da importância da estratégia de manejo do "pós-COVID", com uma rede de monitoramento, acompanhamento e avaliação desses casos, dependendo, assim, de uma gestão pública coordenada. 

Alexander ressaltou que as estratégias a nível terciário provavelmente não tenham a repercussão necessária a nível básico, haja vista a falta de orientações sobre medidas de proteção e sua não adesão, dificuldades em ações técnicas coordenadas e descentralizadas. Ademais, as estratégias de vacinação em massa e sistematização da Atenção Primária são de suma importância neste momento. Ou seja, é necessário que o novo ministro seja um gestor que traga coesão para toda essa articulação. 

Fernando e Alexander ressaltaram que o governo quer mostrar uma imagem de "guinada de postura", e que provavelmente veremos uma mudança de narrativa, na qual o presidente sairá por cima, e com isso, sua escolha de novo ministro será com base nesse sentido e suas ações serão justificadas apenas com esse intuito. Carlos pontuou sobre o possível rumo de liderança para todos os entes federativos e disse que um dos grandes desafios, nesse momento político, é o viés político guiado pelas mídias sociais, local onde o viés confirmatório tem um escalonamento absurdo sobre determinados assuntos, e que o próximo ministro terá que lidar com uma situação muito tensa de opiniões que mudam de forma rápida. Também opinou que o escolhido assumirá o protagonismo do cenário, questão que pode deixar o presidente insatisfeito.

Fernando, Felipe e Marilea pontuaram sobre o nome de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, como uma das indicações para assumir o cargo, alegando que como comanda uma organização como esta, provavelmente tem eficiência para tamanha responsabilidade como a saúde do Brasil, e principalmente, algo sistêmico como o Sistema Único de Saúde (SUS). Felipe levantou que quem tem experiência em cargos públicos sai na frente em relação a isso, e que é de suma importância outros atores assumirem a responsabilidade em seus papeis civis, como os deputados e senadores, que sempre estão tensionando, e a sociedade civil. André também ressaltou a importância da liderança, qualificação imprescindível para um bom gestor, e lembrou, inclusive dos embates em Nova Iorque, onde a liderança do governador se sobressaiu na hora das tomadas de decisão sobre restrições, distanciamento social e medidas protetivas.

 

Sessão "Sugestões"

Impacto das estratégias para atenuar atrasos e interrupções no tratamento do câncer devido ao COVID-19: revisão sistemática, de Felipe Roitberg, nosso convidado de hoje. 

Atrasos e interrupções no tratamento do câncer devido à pandemia de COVID-19: revisão sistemática, também de Roitberg. 

   

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