Com o intuito de levar informação relevante aos médicos, profissionais de saúde e gestores que trabalham com ciências médicas no Brasil e no mundo, criamos o "Troca de plantão da Academia Médica", que acontece de Segunda a Sexta às 06h30 da manhã no Clubhouse.
O momento politico é tão sombrio que a gente resolveu anestesiar um pouco o papo da manhã!
Comandado por Fernando Carbonieri, médico e fundador da Academia Médica, o Troca de Plantão nº9 contou com os colegas Filipe Prohaska, Alexander Buarque, Marilea Assis, Paulo Magnus, Thiago Rodrigues, Dennis Nakamura, entre outros que também compartilharam conhecimento com a comunidade. Com audiência crescente, o Troca de Plantão da Academia Médica traz as principais publicações científicas do cenário mundial, discutidas por profissionais de ponta.
O Troca de Plantão acontece no Grupo da Academia Médica, dentro do Clubhouse. Entre e procure o Club Academia Médica
O Troca de Plantão nº9 começou com uma reflexão metalinguística acerca do Clubhouse. Segundo Filipe Prohaska, a rede social se caracteriza como uma forma de inclusão para pessoas cegas que não logram do entretenimento visual do instagram, por exemplo. Além disso, ressaltou a importância de uma boa oratória, linguagem sem vícios e dicção para o sucesso no Clubhouse.
Para quando você estiver completamente vacinado: como se proteger e aos outros (Centers for Disease Control and Prevention)
O CDC publicou um artigo sobre algumas coisas que as pessoas que foram totalmente vacinadas podem começar a fazer e que haviam parado de fazer por causa da pandemia. Leia, na íntegra, aqui.
Eles afirmam que se sabe que as vacinas COVID-19 são eficazes na prevenção da doença COVID-19, especialmente doenças graves e morte, e que ainda estamos aprendendo sobre a eficácia delas contra as variantes do vírus que causa a COVID-19 e como elas evitam com que as pessoas espalhem a doença, bem como que outras medidas de prevenção ajudam a impedir a disseminação da doença e que essas medidas ainda são importantes, mesmo quando as vacinas estão sendo distribuídas.
Além disso, alegam:
Se você foi totalmente vacinado:
Você pode se reunir dentro de casa com pessoas totalmente vacinadas, sem usar máscara.
Você pode se reunir em ambientes fechados com pessoas não vacinadas de outra família (por exemplo, visitando parentes que moram juntos) sem máscaras, a menos que qualquer uma dessas pessoas ou alguém com quem vivam tenha um risco aumentado de doença grave de COVID-19.
Se você esteve perto de alguém que tem COVID-19, não precisa ficar longe de outras pessoas ou fazer o teste, a menos que tenha sintomas.
No entanto, se você mora em um ambiente de grupo (como uma instituição correcional ou de detenção ou casa em grupo) e está perto de alguém que tem COVID-19, você ainda deve ficar longe de outras pessoas por 14 dias e fazer o teste, mesmo que não tenha sintomas.
Por enquanto, se você foi totalmente vacinado:
Você ainda deve tomar medidas para proteger a si mesmo e aos outros em muitas situações, como usar uma máscara, ficar a pelo menos 2 metros de distância dos outros e evitar aglomerações e espaços mal ventilados. Tome essas precauções sempre que estiver:
Em público
Reunindo-se com pessoas não vacinadas de mais de uma outra casa
Visitar uma pessoa não vacinada que está em risco aumentado de doença grave ou morte por COVID-19 ou que vive com uma pessoa em risco aumentado
Você ainda deve evitar reuniões de médio ou grande porte.
Filipe atenta para o risco de más interpretações acerca do exposto, tendo em vista que a situação norte-americana está muito diferente da brasileira, tanto em relação à vacinação, quanto à adesão de medidas preventivas, como o uso de máscaras, além das variantes do vírus. Marileia, de maneira convergente, questionou:
"Como faríamos esse controle tão complexo que é identificar quem tomou as vacinas e mensurar a dosagem de anticorpos? A vacina não assegura todas as variantes. Por isso, acho muito cedo para pensar na aplicabilidade do exposto no artigo no Brasil."
Isso foi trazido como o primeiro dos 7 selos do apocalipses segundo o colega Filipe Prohaska. O fato de termos um paper de uma instituição tão importante pode provocar alguns liberalismos que não fazem o menor sentido. Por esse motivo a brincadeira com "orgias". As comemorações dessa aparente liberdade podem gerar uma piora nos índices. Orgias foi o meio que os integrantes do Troca de Plantão encontrou para generalizar e flexibilizar o ainda necessário distanciamento social.
Níveis de neutralização da linhagem P.1 SARS-CoV-2 por anticorpos produzidos após infecção natural e vacinação (The Lancet)
O estudo isolou dois espécimes contendo P.1 de amostras de lavado nasofaríngeo e broncoalveolar de pacientes de Manaus, Brasil e mediu a neutralização do vírus P.1 após a incubação com o plasma de 19 doadores de sangue convalescentes COVID-19 e receptores da vacina CoronaVac quimicamente inativada e comparamos esses resultados com a neutralização de uma linhagem B SARS-CoV-2 que circulava anteriormente em Brasil.
O plasma imune de doadores de sangue convalescentes COVID-19 tinha 6 vezes menos capacidade de neutralização contra P.1 do que contra a linhagem B. Além disso, cinco meses após a imunização de reforço com CoronaVac, o plasma de indivíduos vacinados não conseguiu neutralizar com eficiência os isolados da linhagem P.1.
Para ter acesso a esse paper, clique AQUI
Com isso, Filipe lembrou que a vacina tem conteúdo genérico do vírus, podendo, assim, incluir algumas cepas e variantes, e é entregue ao sistema imune a fim de estimular a produção de anticorpos. Já o plasma convalescente, feito a partir de imunoglobulinas, ou seja, o produto final, não conseguiriam neutralizar as novas linhagens, conforme conclusivo pelo estudo.
Pandemia, transtornos mentais e aumento do uso de substâncias psicoativas
O psiquiatra Thiago Rodrigues chamou atenção para a vulnerabilidade dos brasileiros acerca das implicações psíquicas pandêmicas, haja vista que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. É notório que o abuso de álcool e de outras drogas cresceu de maneira significativa, ilustrando, assim, a demanda descompensada e reprimida da população. De acordo com Thiago, a "Quarta Onda" da pandemia será inundada de transtornos mentais graves.
Também foi levantado, durante a conversa, a saúde mental dos profissionais de saúde, em específico, dos médicos. Marileia chamou atenção para a exaustão dos colegas, que muitas vezes não são assistidos, não têm suporte nem acompanhamento, e quando têm, os programas de ajuda chegam apenas quando já se instaurado o problema, na maioria das vezes, não sendo de forma constante. Aliado a isso, Filipe alegou a resistência dos médicos em demonstrar a exaustão mental, bem como comentou sobre a iniciativa de um hospital americano em promover a cinoterapia (terapia com cães) para os médicos, durante as horas de descanso. Também pontuou:
"É algo de saúde pública cuidar da saúde mental dos médicos."
Paulo, Fernando e Marileia também lembraram a vulnerabilidade de médicos contratados sem vínculo empregatício, visto que isso pode se traduzir em pouca responsabilidade do empregador e implosão devido ao frágil relacionamento na prestação de serviços, o que acaba corroborando a falta de sedimentação de direitos civis desses profissionais e, consequentemente, angústias mentais e sociais.
7 recomendações de Ergonomia para o teletrabalho
O médico do trabalho Alexander Buarque comentou sobre as sete recomendações biomecânicas da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) para o teletrabalho. Leia, na íntegra, aqui.
De acordo com Alexander, os maiores problemas do home office transpassam pela parte cognitiva do trabalho em si, ou seja, envolve as tomadas de decisões, metas, ordens e estímulo da criatividade, e pela parte subjetiva, que abrange a organização do trabalho, interação com colegas e suporte social.
Dentre as recomendações, ressaltou algumas como a importância das pausas de vinte segundos e fixar o olhar numa paisagem ou objeto que esteja a pelo menos dez metros de distância, a fim de aliviar a tensão ocular. Ademais, sugeriu, além da utilização de suportes, alternar frequentemente a posição dos equipamentos, como notebook, a fim de evitar lesões musculoesqueléticas, bem como apoiar o braço enquanto segura o celular com a outra mão e levantar o telefone para manter o pescoço o mais vertical possível. Além disso, manter a orientação "paisagem" como padrão, utilizar teclados externos ergonômicos e periodicamente ficar em pé durante o processo, são pontos capazes de diminuir os fatores de risco para dores musculares e exaustão física. Ressaltou:
"A pausa física e cognitiva são importantes para o sucesso produtivo."
Também pontuou a importância de se manter em uma rotina sob ciclo cicardiano, bem como de organizar o ambiente em que trabalha, fazer exercícios físicos diários, ter momentos de pausas e buscar conexões com outras coisas, como, por exemplo, ao preparar o próprio alimento.
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Amanha (10/03/2021) tem mais e o tema principal serão as cirurgias eletivas suspensas, principalmente sob o viés da cirurgia cardíaca, cardiologia intervencionista, deterioração do paciente na primeira consulta e uso de técnicas minimamente invasivas em cardiologia.