{"status":200,"response":{"result":"PUBLIC_ARTICLES_RETRIEVED","data":{"count":1,"content":[{"id":"595416a6494a867d25c60653","updated":"2018-08-14T07:45:20.011Z","created":"2017-06-28T20:50:46.366Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":false,"scheduled_date":null,"rejection_reason":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2017-07-07T13:52:32.296Z","likes_count":4,"bookmarks_count":0,"comments_count":1,"score":"2017-07-07T18:22:32.296Z","sharing_title":null,"sharing_description":"Princípio da Beneficência e do empenho Pessoal: II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.","sharing_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/f/images/73ed1375f17220ca4de20aa24608387259031e06.jpg","tag_ids":["593f53b311eebc073efd4d18","593f52f811eebc073efd4b98","595416fb494a867d25c60655","593f5adb11eebc073efd5803","593f577411eebc073efd544d"],"author_user_id":"593f4e9311eebc073efd4a2f","moderator_user_id":null,"project_id":"58b04f5940c1474e557e363a","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":1,"shares_count":1,"tags":[{"id":"593f52f811eebc073efd4b98","title":"ética médica","slug":"etica-medica","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"593f53b311eebc073efd4d18","title":"código de ética médica","slug":"codigo-de-etica-medica","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"593f577411eebc073efd544d","title":"Bioética","slug":"bioetica","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"593f5adb11eebc073efd5803","title":"Hipócrates","slug":"hipocrates","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"},{"id":"595416fb494a867d25c60655","title":"beneficência","slug":"beneficencia","fixed":0,"app_id":"56e066bd9cbb047348354ea6","account_id":"58b04e55e9dd6944b5ee4daf","project_id":"58b04f5940c1474e557e363a"}]},"content":{"title":"A BENEFICÊNCIA MÉDICA - 2º PRINCÍPIO DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA","slug":"a-beneficencia-medica-2o-principio-do-codigo-de-etica-medica","cover_image":"https://58b04f5940c1474e557e363a.redesign.static-01.com/l/images/73ed1375f17220ca4de20aa24608387259031e06.jpg","headline":"II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor","main_content":"

\n II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.\n

\n Este princípio faz eco ao antigo preceito hipocrático constante no antigo Juramento de Hipócrates: “conforme minha capacidade e discernimento, cumprirei este juramento e compromisso escrito”.[1]\n

\n Colocar toda a atenção do médico na saúde do ser humano equivale a dizer que o paciente tem a primazia na relação terapêutica, merecendo o máximo zelo e o melhor da capacidade profissional.[2] Dizer ser humano ao invés de paciente eleva o princípio à preocupação com o ambiente ao redor do indivíduo que procura o serviço médico.[3]\n

\n O grande princípio de ação que se destaca e motiva o zelo e o sincero esforço profissional é, sem dúvida nenhuma, a beneficência. E também é a beneficência que levará o médico a buscar uma vida de virtudes, de aprimoramento pessoal em prol do próximo.[4] É da beneficência que virão magnanimidade, abnegação, lealdade e a solidariedade extensível à sociedade. Tais são compromissos fundamentais dos médicos no passado e no presente, assim como a beneficência, junto à não maleficência, é o grande princípio inspirador da arte.[5]\n

\n A falta de zelo (vigilância) e o mau uso da capacidade profissional incorrerão muitas vezes na tríade que caracteriza o erro médico: imprudência, imperícia e negligência, esta última fortemente eivada de caráter moral negativo.\n

\n Um exemplo às vezes insuspeito é o simples ato de não preencher o prontuário com capricho, detalhamento e letras legíveis. De uma aparentemente simples falta de zelo advém um possível erro por alguém que toma uma decisão errada com base no prontuário mal preenchido. Todo o processo se iniciou naquele primeiro ato que derivou da falta de zelo.[6]\n

\n Em relação ao papel social do médico, desde a antiguidade clássica há indícios de sua participação no que hoje chamaríamos de saúde pública:\n

\n Sócrates: E sejam seus mentores ricos ou pobres, isso não fará diferença aos atenienses quando deliberarem acerca da saúde dos cidadãos; tudo o que eles exigirão de seus conselheiros é que eles sejam um médico.[7]\n

\n Ainda considerando a questão social, cabia ao médico compartilhar seu conhecimento e educar o paciente, o que incluía a educação das massas, objetivos claramente apreendidos pelo conteúdo da obra hipocrática.\n

\n Em “Regime”, livro III:\n

\n LXVIII. Primeiramente, agora devo escrever para a grande maioria dos homens sobre os meios para ajudar no uso da comida comum e da bebida, os exercícios que são absolutamente necessários, a caminhada e as viagens por mar requeridas para coletar os meios de subsistência. Escrevo para as pessoas que fazem uso do regime de forma irregular, sofrendo o calor contrariamente ao que é benéfico e o frio contrariamente ao que lhes é útil.[8]\n

\n Em “Da Dieta Salutar:\n

\n IX. Um homem sábio deve considerar que a saúde é a maior das bênçãos humanas, e aprender por si mesmo como obter benefício em suas doenças. [9]\n

\n Em “Afecções”:\n

\n 1. Qualquer homem inteligente deve possuir o conhecimento essencial para ajudar a si mesmo quando doente, considerando a saúde como do mais alto valor para os seres humanos. Deve também ser capaz de entender e julgar o que dizem os médicos e o que administram em seu corpo, sendo versados em tais assuntos em grau adequado ao leigo. [10]\n

\n O médico que pratica a boa medicina sempre considerou o paciente seu parceiro na busca pela saúde[11] e compreendeu a necessidade de se comunicar com eficácia para o bem de todos a seu redor, como se vê na obra “Medicina Antiga”:\n

\n É particularmente necessário, na minha opinião, para o que discute esta arte, falar de coisas familiares às pessoas comuns. Pois o assunto de discussão é simplesmente e somente os sofrimentos dessas mesmas pessoas comuns. Que pessoas comuns aprendam sozinhas como os seus próprios sofrimentos surgem e cessam, e as razões pelas quais eles pioram ou melhoram, não é uma tarefa fácil. Porém, quando estas coisas são reveladas e demostradas por outros, tornam-se de mais simples compreensão.[12]\n

\n O médico deve ser o guardião do próximo e da sociedade. Sua posição de mantenedor da saúde e seus conhecimentos lhe outorgam grande responsabilidade, movida pelo melhor dos motivos, o bem do próximo, a ser manifestado pelo exercício da maior das virtudes: a caridade.\n

\n ***\n

\n [1] RIBEIRO Jr., Wilson A. Juramento. In: CAIRUS, Henrique F., RIBEIRO Jr., Wilson A. Textos Hipocráticos: o Doente, o Médico e a Doença. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005, p. 151-167.\n

\n [2] DANTAS, Eduardo; COLTRI, Marcos. Comentários ao Código de Ética Médica: Resolução CFM nº 1.917 de setembro de 2009. 2ª Edição atualizada até julho de 2012. São Paulo: GZ Editora, 2012, p. 12-13.\n

\n [3] FRANÇA, Genival Veloso de. Comentários ao Código de Ética Médica 5ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 17.\n

\n [4] Sobre virtudes médicas e beneficência, sugiro consultar as obras de Edmund Pellegrino: PELLEGRINO, Edmund; THOMASMA, David C. For the Patient’s Good: The Restoration of Beneficence in Health Care. New York: Oxford University Press, 1988. PELLEGRINO, Edmund; THOMASMA, David C. The Virtues in Medical Practice. New York: Oxford University Press, 1993. PELLEGRINO, Edmund; THOMASMA, David C. The Christian Virtues in Medical Practice. Washington, DC: Georgetown University Press, 1996.\n

\n [5] MIRANDA-Sá Júnior, Luiz Salvador. Uma Introdução à Medicina Volume II: O que é medicina e o que não é. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2016, p. 56-57. GRACIA, Diego. Fundamentos de Bioética. Madrid: Triacastela, 2008, p. 71.\n

\n [6] DANTAS, Eduardo; COLTRI, Marcos. Op. cit., p. 12-13.\n

\n [7] PLATO. Charmides. Alcibiades I and II. Hipparchus. The Lovers. Theages. Minos. Epinomis. Translated by W. R. M. Lamb. Loeb Classical Library 201. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1927, p. 110-111.\n

\n [8] Hippocrates, Heracleitus. Nature of Man. Regimen in Health. Humours. Aphorisms. Regimen 1-3. Dreams. Heracleitus: On the Universe. Translated by W. H. S. Jones. Loeb Classical Library 150. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1931, p. 368-369.\n

\n [9] Hippocrates, Heracleitus. Nature of Man. Regimen in Health. Humours. Aphorisms. Regimen 1-3. Dreams. Heracleitus: On the Universe. Translated by W. H. S. Jones. Loeb Classical Library 150. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1931, p. 58-59.\n

\n [10] Hippocrates. Affections. Diseases 1. Diseases 2. Translated by Paul Potter. Loeb Classical Library 472. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1988, p. 6-9.\n

\n [11] Hippocrates. Ancient Medicine. Airs, Waters, Places. Epidemics 1 and 3. The Oath. Precepts. Nutriment. Translated by W. H. S. Jones. Loeb Classical Library 147. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1923, p. 164-165.\n

\n [12] Hippocrates. Ancient Medicine. Airs, Waters, Places. Epidemics 1 and 3. The Oath. Precepts. Nutriment. Translated by W. H. S. Jones. Loeb Classical Library 147. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1923, p. 14-17.\n

\n * publicado originalmente no Seminário de Filosofia Aplicada à Medicina em 19 de janeiro de 2017 - http://medicinaefilosofia.blogspot.com.br/2017/01/beneficencia-medica-2-principio.html\n

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\n Em relação ao papel social do médico, desde a antiguidade clássica há indícios de sua participação no que hoje chamaríamos de saúde pública:\n

\n Em “Regime”, livro III:\n

\n Em “Da Dieta Salutar:\n

\n IX. Um homem sábio deve considerar que a saúde é a maior das bênçãos humanas, e aprender por si mesmo como obter benefício em suas doenças. [9]\n

\n Em “Afecções”:\n

\n ***\n

\n [1] RIBEIRO Jr., Wilson A. Juramento. In: CAIRUS, Henrique F., RIBEIRO Jr., Wilson A. Textos Hipocráticos: o Doente, o Médico e a Doença. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005, p. 151-167.\n

\n [3] FRANÇA, Genival Veloso de. Comentários ao Código de Ética Médica 5ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 17.\n

\n [6] DANTAS, Eduardo; COLTRI, Marcos. Op. cit., p. 12-13.\n

\n [10] Hippocrates. Affections. Diseases 1. Diseases 2. Translated by Paul Potter. Loeb Classical Library 472. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1988, p. 6-9.\n

\n * publicado originalmente no Seminário de Filosofia Aplicada à Medicina em 19 de janeiro de 2017 - http://medicinaefilosofia.blogspot.com.br/2017/01/beneficencia-medica-2-principio.html\n

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