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5 aprendizados sobre Burnout para Organizações de Saúde em 2023

5 aprendizados sobre Burnout para Organizações de Saúde em 2023
Academia Médica
dez. 19 - 6 min de leitura
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O ano de 2023 revelou insights significativos sobre o esgotamento profissional (burnout) entre médicos americanos, trazendo à tona desafios profundos enfrentados por esses profissionais. As organizações de saúde, por meio de uma pesquisa exclusiva da Associação Médica Americana (AMA), aprenderam lições cruciais que têm implicações amplas para todo o sistema de saúde.

A pesquisa contou com mais de 13.000 respostas de médicos e provedores não médicos em 30 estados, abrangendo mais de 70 sistemas de saúde. Os dados, que refletem tendências de 2022, focam em seis indicadores-chave: satisfação no trabalho, estresse, burnout, intenção de deixar a organização, sensação de valorização pela organização e horas totais dedicadas por semana a atividades relacionadas ao trabalho.

Entre as principais descobertas da pesquisa, estão:


1.  Metade dos médicos relatando burnout: Os dados de 2022 revelam que a taxa geral de burnout entre médicos é de 53%. Embora as informações do relatório de benchmarking da AMA indiquem uma queda no burnout desde o seu pico no final de 2021, a extensão do problema continua sendo uma realidade alarmante que exige atenção.

2. Seis especialidades médicas com alto risco de burnout: Diversas especialidades médicas enfrentam desafios intensificados, levando a um estresse excessivo e a uma exaustão emocional significativa. De acordo com um artigo da AMA publicado em agosto de 2023, as especialidades com maior incidência de burnout incluem: Medicina de emergência, com 62%; Medicina hospitalar, com 59%; Medicina de família, com 58%; Pediatria, com 55%; Obstetrícia e ginecologia, com 54%; e Medicina interna, com 52%.

3.  Influência do gênero no risco de burnout: Dados da AMA, publicado em setembro de 2023, revelaram que as médicas enfrentam desafios específicos que contribuem para níveis mais altos de burnout. Em 2022, 57% das respondentes do sexo feminino relataram pelo menos um sintoma de burnout, em comparação com 47% dos homens. Um dos fatores para a alta taxa de burnout entre as mulheres é o excesso de trabalho.

Apesar dos níveis semelhantes de satisfação geral no trabalho entre homens e mulheres, com 71% e 70%, respectivamente, existe uma discrepância significativa na percepção de valorização pela organização: 52% dos homens relataram sentir-se valorizados, enquanto apenas 44% das mulheres compartilharam dessa sensação. Essa diferença destaca a importância de abordar as desigualdades de gênero no ambiente de trabalho médico.

4.  Variação do burnout conforme o estágio da carreira: Os dados de 2022 da AMA indicam que as taxas de burnout entre médicos variam significativamente com base no número de anos desde a conclusão da residência ou do fellowship.

Conforme apresentado, nos primeiros cinco anos após a formação médica, apresentam uma taxa de burnout de 54%. Aqueles com 6 a 10 anos de carreira enfrentam a maior taxa, com 61%. Para os médicos com 11 a 15 anos de prática, a taxa é ligeiramente menor, em 59%. Aqueles com 16 a 20 anos de carreira têm uma taxa de 56%, e os médicos com mais de 20 anos de prática apresentam a menor taxa, com 46%.

Esses dados sinalizam uma necessidade premente de adaptar esforços para promover a satisfação dos médicos, reduzir o burnout e melhorar a retenção, considerando as diferentes etapas de suas carreiras.

5.  40% dos médicos planejam deixar suas práticas atuais: Entre 2021 e 2022, uma pesquisa exclusiva da AMA revelou que 40% dos médicos expressaram um interesse moderado, uma probabilidade ou uma certeza de deixar suas organizações atuais dentro de dois anos. Além disso, a pesquisa mostrou que 46% dos médicos se sentiram valorizados por suas organizações em grande ou moderada medida.

Em contraste, 18% não se sentiram valorizados de forma alguma por suas organizações. Esses dados sublinham a importância de identificar e abordar as razões por trás da intenção dos médicos de deixar suas organizações, uma questão vital que pode exigir usos mais inteligentes da tecnologia e melhores estratégias de gestão. Compreender e agir sobre esses fatores é crucial para prevenir uma onda de saídas de médicos das organizações de saúde.

Para combater o burnout, a AMA desenvolveu o "Plano de Recuperação para Médicos Americanos" e o programa "Joy in Medicine™", que reconhece sistemas de saúde dedicados ao bem-estar dos médicos. Além disso, as ferramentas abertas do AMA STEPS Forward® oferecem estratégias inovadoras para prevenir o burnout, promover a alegria na medicina e melhorar a eficiência das práticas.

As descobertas e iniciativas são cruciais para enfrentar a realidade atual do burnout entre médicos, oferecendo não apenas um caminho para o aprimoramento do bem-estar desses profissionais, mas também contribuindo significativamente para a sustentabilidade e eficiência do sistema de saúde na totalidade.


Estas práticas estabelecem um marco importante e podem atuar como catalisadores para mudanças em diversas comunidades e contextos, inspirando a adoção de estratégias focadas no suporte à saúde mental e na melhoria da qualidade de vida das equipes de saúde. Assim, elas convidam à reflexão sobre a importância de abordagens integradas e proativas no cuidado com aqueles que dedicam suas vidas a cuidar de outros.


Referência: 

Berg, S. (2023, 18 de dezembro). "5 things health care organizations learned about burnout this year". American Medical Association. Disponível em: https://www.ama-assn.org/practice-management/physician-health/5-things-health-care-organizations-learned-about-burnout-year.


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