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Câncer de Esôfago: comparação entre terapias com Prótons e Fótons

Câncer de Esôfago: comparação entre terapias com Prótons e Fótons
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ago. 15 - 4 min de leitura
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O câncer de esôfago é uma das neoplasias malignas mais comuns do trato digestivo e ocupa o sexto lugar como causa de mortes relacionadas a câncer no mundo. Muitas vezes, a detecção precoce deste câncer é desafiadora, pois os sintomas, como a disfagia progressiva, frequentemente só se manifestam quando o tumor já está em estágio avançado. 

Para pacientes com a doença em estágio localizado, a quimiorradioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia é o tratamento padrão, enquanto a quimiorradioterapia radical é recomendada para aqueles que não são candidatos à cirurgia. A terapia com prótons emerge como uma alternativa promissora devido às suas propriedades físicas únicas que permitem uma dosagem de radiação direcionada ao tumor, minimizando assim os danos em órgãos de risco. No entanto, ainda são necessárias evidências robustas sobre sua eficácia e segurança no câncer de esôfago.

Uma meta-análise publicada em 15 de agosto de 2023, em JAMA Network Open, buscou esclarecer essa questão, comparando a terapia com prótons e fótons. Foram incluídos 45 estudos na meta-análise. Destes, 31 fizeram uma comparação dosimétrica, 17 compararam a terapia de próton com a de fóton, e 10 focaram exclusivamente na terapia de próton.

A comparação revelou que a terapia de próton é mais precisa, minimizando a radiação para áreas saudáveis, como pulmões e coração. Especificamente, na terapia de próton, o coração recebe menos radiação, cerca de 9,5 Gy, comparado à terapia de fóton. Os planos de tratamento para essa comparação foram meticulosamente elaborados, reforçando a confiabilidade dos resultados.

Em relação à eficácia e segurança, 8 estudos relataram sobre a sobrevivência global (OS) e 4 sobre a sobrevivência livre de progressão (PFS). A terapia de próton apresentou melhorias na OS em comparação com a terapia de fóton. Também foi observada uma menor incidência de efeitos tóxicos associados à terapia de próton, como pneumonite por radiação e derrame pericárdico. Quanto aos desfechos da terapia de próton exclusivamente, destaca-se a OS de 1 ano a 5 anos e a PFS de 1 ano a 5 anos, juntamente com taxas de resposta completa e patológica.

No entanto apesar desses achados, é crucial considerar as limitações deste estudo, incluindo heterogeneidade dos dados, o pequeno número de pacientes e a falta de detalhamento em algumas informações. Ensaios clínicos randomizados são essenciais para validar os benefícios da terapia com prótons.

Em conclusão, este estudo sugere que a terapia com prótons emerge como uma alternativa promissora no tratamento do câncer de esôfago, reduzindo a radiação em órgãos de risco e potencialmente promovendo melhores desfechos clínicos. Contudo, é relevante a realização de mais estudos.

Dada a importância desse tema e seu impacto na prática clínica, é essencial que nós, médicos especialistas, estejamos atentos às atualizações e novas descobertas na área. Caso queira aprofundar seu conhecimento nas descobertas da pesquisa apresentada, disponibilizamos aqui o link de acesso ao conteúdo na íntegra. 😉




Leia também: 



Referência: 

Zhou P, Du Y, Zhang Y, et al. Efficacy and Safety in Proton Therapy and Photon Therapy for Patients With Esophageal Cancer: A Meta-Analysis. JAMA Netw Open. 2023;6(8):e2328136. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.28136



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