Nas complexas e sensíveis interações médico-paciente, a habilidade de ouvir ativamente tem se mostrado fundamental, sobretudo nas consultas de cuidados paliativos.
Em um artigo publicado no KevinMD.com em 30 de outubro de 2023, Aldebra Schroll- médico de família, compartilha suas vivências e insights em cuidados paliativos, destacando como a escuta atenta desempenha um papel preponderante na melhoria do entendimento das necessidades dos pacientes e suas famílias, bem como na promoção de decisões de cuidados informadas e compassivas.
Segundo Schroll, o cerne das consultas de cuidados paliativos não reside apenas na transmissão de informações médicas, mas na construção de um vínculo empático com os pacientes e suas famílias. Além disso, compara esse estágio da consulta a preparar o solo antes de plantar sementes, destacando a importância de avaliar o ambiente emocional e perceber até que ponto a conversa pode avançar sem causar desconforto. A capacidade de ler as entrelinhas e de adaptar o diálogo às necessidades individuais é crucial.
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Em um contexto de cuidados paliativos, o foco está na unidade de cuidado que é a família, uma vez que doenças graves afetam não somente o paciente, mas todos os envolvidos. É comum que, dentro da mesma família, diferentes compreensões da situação médica coexistam. Nesse sentido, o médico atua como um educador, esclarecendo dúvidas e plantando "sementes" de conhecimento para melhorar a compreensão dos familiares.
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Uma questão crucial também abordada é a evolução variável da consciência prognóstica entre os pacientes e suas famílias. Assim como as plantas crescem em ritmos distintos, o entendimento da gravidade da situação de saúde também se desenvolve de maneira individual. Portanto, é essencial não apenas fornecer informações médicas, mas também criar um espaço para discussões sobre metas de cuidados e preferências, permitindo que esses conceitos amadureçam naturalmente.
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Ao explorar os objetivos de cuidados com os pacientes e suas famílias, Schroll apresenta considerações como "kernels" (núcleos) e permite que eles germinem, ou seja, dá espaço para que as decisões amadureçam organicamente. Schroll defende que a escuta ativa é uma ferramenta subestimada, mas incrivelmente poderosa, que permite às pessoas compartilharem suas histórias e preocupações de maneira genuína.
As consultas de cuidados paliativos e a escuta ativa desempenham um papel crítico na compreensão das necessidades dos pacientes e suas famílias. Com essa abordagem profissionais de saúde oferecem cuidados mais compassivos e informados, promovendo a tomada de decisões alinhadas com as preferências do paciente. No final, trata-se de semear informações e criar um ambiente propício para o crescimento do entendimento e da empatia em um momento tão delicado da jornada de saúde de um paciente.💙
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Referência:
SCHROLL, A. (2023, 30 de outubro). The power of listening in palliative care consultations. KevinMD. https://www.kevinmd.com/2023/10/the-power-of-listening-in-palliative-care-consultations.html