“A sustentabilidade da
saúde é um desafio mundial: O que pode inspirar o Brasil?” foi tema de um dos painéis
que compuseram a programação do Global Forum
Fronteiras da Saúde 2022, que aconteceu entre os últimos dias 21 e 23 de
novembro, em Brasília (DF). A Academia Médica traz
aqui os principais tópicos abordados.
O painel contou
com a presença do economista e especialista em Saúde Edson Araujo como
moderador; Vinícius Augusto Guimarães, graduado em Ciências Contábeis e membro
do Tribunal de Contas da União; Paulo Pontes, diretor da unidade de negócios de
Ultrassom da Siemens Healthineers na América Latina; Akiko Maeda, economista
com atuação em saúde e políticas de saúde; e Jeff Markuns, médico de família e
diretor executivo da Primary Health Care Performance Initiative.
A palestrante Akiko
Maeda trouxe o tema “Habilidades e Tecnologia para uma sociedade resiliente em
processo de envelhecimento”, com foco na situação do Japão. De acordo com ela,
o encolhimento da força de trabalho e as mudanças no perfil demográfico
(atualmente o Japão conta com mais de 30% da população com mais de 65 anos de
idade) geram pressões no sistema de saúde, e isso faz com que haja uma
necessidade de uso mais agressivo de tecnologias.
Além de fornecer
soluções para o bem-estar e saúde dos profissionais de saúde que lidam com o
público mais velho, a tecnologia também está sendo adereçada para melhorar a
qualidade de vida e independência dos idosos. Criar espaços seguros para
pessoas idosas com algum tipo de restrição de mobilidade ou demência (evitando
quedas, por exemplo, por meio de “casas inteligentes” e monitoramento remoto de
segurança, que postergam ou evitam a necessidade de abrigos ou asilos) é uma
das estratégias utilizadas. Além disso, o país tem apostado no uso de robôs e
mecanismos inteligentes que aliviam a carga dos profissionais de saúde e
cuidadores, como o uso de “robôs enfermeiros”, telemedicina, machine learning, inteligência
artificial e medicina de precisão.
Paulo Pontes trouxe a
problemática do atendimento a populações em áreas remotas, como por exemplo
comunidades tradicionais e indígenas da região amazônica. Para isso, foi
apresentado um projeto que visa a utilização de aparelhos portáteis de
ultrassonografia por indivíduos não médicos, sendo que os dados são
transmitidos via tecnologia 5G para centros de referência, onde se encontram os
médicos especialistas. Outro projeto mostrado visa melhorar a eficiência e
reduzir custos de hospitais, utilizando também a transmissão de dados via 5G
para salas de controle, por meio da tecnologia OpenRAN.
O médico Jeff Markuns
buscou trazer um pouco de sua experiência pessoal na atenção primária em saúde
no Vietnã, em busca do treinamento de profissionais já inseridos no sistema de
saúde, objetivando o atendimento centrado no paciente e na otimização do modelo
de saúde da família e da comunidade.
Vinícius Augusto
Guimarães, por sua vez, debateu sobre a eficiência dos sistemas hospitalares,
principalmente de média e alta complexidade. Ele defende a ideia de que a
gestão de fluxos e a gestão de recursos humanos em instituições públicas são
pontos cruciais para a melhoria da eficiência.
Durante o debate, os
palestrantes também reiteraram a importância da existência de equipes
multidisciplinares de profissionais de saúde que se automonitoram, sempre em
busca do melhor e maior acesso da população aos serviços de saúde.
Ademais, o papel do acesso e bom uso de tecnologias já existentes e o desenvolvimento de novas tecnologias, capazes de contornar problemas que talvez ainda nem surgiram, são cruciais para a garantia da flexibilidade e autonomia dos sistemas de saúde. Desta forma, segundo os membros do painel, é possível a garantia de sistemas de saúde sustentáveis e resilientes, que consigam lidar com as situações do passado, presente e futuro.
Para assistir o painel na íntegra, clique aqui.
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