"Investimento na atenção primária à saúde é essencial para
atingir a cobertura universal de saúde, garantindo que todas as comunidades e
indivíduos recebam o que precisam e tenham suas necessidades prioritárias para
a manutenção da vida atingidas sem que ocorram prejuízos”.
A declaração é do conselheiro sênior do Centro Europeu de
Atenção Primária da Organização Mundial da Saúde (OMS), Antoni Dedeu, durante
participação on-line no painel “Fortalecimento da Atenção Básica e Garantia de
Recursos para a Expansão e Melhoria”, integrante da programação do Global Fórum
Fronteiras da Saúde 2022. O evento foi promovido pelo Instituto Lado a Lado
pela Vida, organização sem fins lucrativos que atua no combate ao câncer,
doenças cardíacas e saúde do homem.
Durante sua fala, Antoni elogiou o sistema de saúde primário
do Brasil, dizendo que o mesmo conta com profissionais muito bem treinados e
excelentes estratégias desenvolvidas graças à vontade política e o envolvimento
de muitos atores sociais. Segundo ele, o sistema brasileiro, assim como o de
outros países da América Latina, é exemplo para o mundo. Porém, há muito a ser
feito para que ele se torne ainda melhor e mais eficaz.
Para que uma atenção primária segura possa ser garantida a
todos, o representante da OMS apontou como necessidade central o empoderamento
do paciente e de seus familiares. Estes, de acordo com ele, precisam ser
ouvidos de forma eficiente, devendo sempre sentir-se à vontade para falar,
compartilhar necessidades e expor dúvidas. É essencial que os trabalhadores da
área da saúde estejam engajados para que isso aconteça.
“Todo procedimento de saúde tem um risco inerente. Por isso,
durante os atendimentos de atenção primária, os pacientes e familiares devem
poder compartilhar com liberdade informações críticas e ter suas experiências
validadas e avaliadas. Eles são os marcadores chaves para que ocorra uma
política de saúde segura e eficiente”, declarou.
Como exemplo de outras variáveis essenciais na atenção
primária, Antoni citou o a capacitação constante dos profissionais de saúde, investimento
racional de recursos, adoção de ações multissetoriais e implantação de sistemas
de medição, monitoramento e avaliação dos trabalhos.
“Apesar de todos os esforços, desigualdades no setor de
saúde estão aumentando. Isso foi visível principalmente durante a pandemia de
Covid-19. Deve haver boa vontade e comprometimento político para que o problema
seja resolvido”.
Ouça a fala de Antoni Dedeu e assista na íntegra aos painéis do Global Fórum Fronteiras da
Saúde 2022:
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