A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo coronavírus, o Sars-CoV-2, com partículas compostas pelo RNA viral com proteína nuclear envolvido por glicoproteína S e dímeros Hemaglutinina esterase, a fisiopatologia não é totalmente esclarecida, mas confirma-se que o vírus se liga ao receptor da ECA (enzima conversora de angiotensina-2), causando uma desregulação nesta e por fim um acúmulo de angiotensina II plasmática, uma das principais responsáveis pelos sintomas respiratórios e miocardite fulminante, comuns no quadro clínico da doença.
Inicialmente acreditava-se que o SARS-CoV-2 afetava o sistema respiratório com maior intensidade, posteriormente comprovou-se que pode acometer todo o organismo causando os mais variados sintomas, inclusive sintomas de comprometimento neurológico.
Como o COVID-19 afeta o sistema nervoso?
Sabe-se que o vírus leva o paciente a um estado de hipercoagulabilidade, caracterizado pelo aumento significativo dos níveis de fibrinogênio e dímero-D, além de elevar níveis de fator VIII e de Von Willebrand, o que pode ser um dos principais responsáveis pela associação de COVID-19 com presença de trombos e complicação como AVC isquêmico.
Um dos outros sintomas bastante discutidos relacionados à COVID-19 é a anosmia (perda total do olfato), que ainda não há consenso sobre sua fisiopatogenia, mas acredita-se que o vírus afeta os receptores de células envoltas aos neurônios olfatórios, o que acarreta em um edema local e desencadeia perda de olfato.
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Uma resposta imune exagerada gera uma neuroinflamação devido às citocinas e alterações da barreira hematoencefálica - responsável por dificultar passagem de substâncias do sangue para SNC - assim, causando complicações como meningite, encefalite viral e encefalopatia necrosante hemorrágica.
Principais complicações neurológicas e neuropsiquiátricos
- Hemorragia intracerebral;
- Hemorragia subaracnoidea;
- Vasculite cerebral;
- Convulsões;
- Psicose;
- Síndromes Neurocognitivas;
- Alteração de personalidade;
- Transtornos de ansiedade;
- Depressão;
- Síndrome de Guillain Barré;
- Neuritebraquial;
- Miopatias;
- Catatonia;
- Trombose do seio venoso.
Qual o grupo mais suscetível aos danos neurológicos causados pelo SARS-CoV-2?
Os principais fatores de risco para acometimento neurológico por COVID-19 são principalmente aqueles pacientes com doenças prévias e crônicas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, miocardiopatias, DPOC, imunossupressão, doença renal crônica e pacientes transplantados.
Alguns outros fatores que devem considerados: gravidez, idade acima de 65 anos, obesidade, transtornos de coagulabilidade e aqueles em situações de vulnerabilidade (moradores de rua, população indígena e carcerária).
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Medidas de prevenção
A pandemia não acabou e as medidas preventivas continuam validas. Listamos as principais:
- Seguir as instruções e informações apresentadas por cada área;
- Manter distância de pelo menos 1 metro;
- Evitar contato físico;
- Usar máscaras, de preferência cirúrgica e N95;
- Evitar locais fechados, com pouca ventilação e contato prolongado;
- Não tocar em superfícies públicas e tocar em boca, nariz e olhos;
- Sempre lavar as mãos e passar álcool gel;
- Vacinar-se assim que possível, independente da vacina!
Referências
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