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Afinal, médicos levam uma vida saudável?

Afinal, médicos levam uma vida saudável?
ANA CAROLINA AZEVEDO SALEM
nov. 24 - 6 min de leitura
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Relatório analisa o estilo de vida dos médicos e tenta responder a pergunta: Afinal, médicos levam uma vida saudável?

Relatório do Medscape de 2015, sobre qualidade de vida, revela quais os hábitos dos médicos, fora da medicina. Mais de 30.000 médicos norte-americanos responderam à pesquisa sobre a sua saúde em geral, hábitos alimentares, crenças religiosas e políticas, estado civil, uso de terapias complementares/alternativas, e até sobre a felicidade em casa e no trabalho.

Em geral, a maioria dos entrevistados relatou alto nível de saúde. As especialidades em que os médicos têm maior qualidade de vida são a dermatologia e a oftalmologia. Já os intensivistas e cardiologistas são os que têm os piores índices.

Alimentação: dieta e obesidade

Com relação ao sobrepeso e obesidade, apenas 8% dos entrevistados tem IMC ≥ 30, porém 34% estão em sobrepeso. Desses 34%, a porcentagem é maior para homens do que mulheres. De acordo com a especialidade, cirurgiões gerais relatam que são os que mais tem sobrepeso (49% com IMC > 25). Em seguida, estão os médicos de família (48%). Dermatologistas estão em último, com 23% deles relatando IMC> 25 e logo acima, oftalmologistas (com 29%).

Esses excessos também estão relacionados à alimentação, pincipalmente para os grupos que estão em sobrepeso ou obesidade. Desses, 44% relataram ter uma dieta tipicamente americana (com alto teor de gordura, carboidratos e carne). Enquanto que 62% dos médicos com peso ideal referem dieta mais saudável e equilibrada, com consumo de 5 porções de frutas e vegetais 4 ou mais vezes por semana, recomendada pelo último Guideline da American Heart Association/American College of Cardiology.

Exercício Físico

Com relação ao exercício físico, esses dados se repetem, cerca de 70% dos médicos com peso normal relataram se exercitar pelo menos 2 vezes por semana, enquanto que para os que estão em sobrepeso e obesidade, essa porcentagem é menor (57% e 38% respectivamente).

Tratamentos Alternativos e Terapias Complementares

Outro dado interessante é sobre os Tratamentos Complementares e Alternativos. O relatório revela que, 37% dos médicos com menos de 45 anos, utilizam ou já utilizaram terapias complementares ou alternativas (sendo essa porcentagem maior em homens do que em mulheres). As terapias mais citadas foram: acupuntura , massagem e manipulação quiroprática ou osteopática, usadas para tratar a dor (principalmente lombalgias, dor de garganta e dor nas articulações). Práticas orientais, como yoga, meditação e Tai Chi, também foram comuns entre os entrevistados.

Férias

O tempo de férias varia bastante de acordo com cada especialidade. Os médicos que mais relataram tirar férias são os anestesistas e radiologistas (especialidades que também estão entre as mais bem remuneradas no ranking). Desses, cerca de 50% tiram mais do que 4 semanas de férias. Do outro lado da escala, estão os endocrinologistas (em que, apenas 11% relataram tirar mais do que 4 semanas de férias)  seguidos pelos médicos da família, clínicos e cirurgiões plásticos (com 13%).

Trabalho Voluntário

Cerca de 30% dos médicos homens e 25% das mulheres, nunca realizaram nenhum trabalho voluntário. Dos serviços prestados, os mais comuns são: trabalhos voluntários associados às escolas, organização religiosa ou “pro-bono clinical work”.

*Um dado interessante, de uma pesquisa de 2000 publicado na revista Archives of Family Medicine, é que: os médicos que viram benevolência/altruísmo como um princípio orientador em suas vidas relataram maior nível de satisfação profissional.

Satisfação pessoal e profissional

Os especialistas “mais felizes” em casa ou no trabalho são os oftalmologistas e dermatologistas. Esses últimos, também são os mais satisfeitos com a profissão. Por outro lado, as especialidades em que os médicos estão menos felizes no trabalho são medicina da família e medicina emergencial, seguidas de perto por radiologia e clínica médica/medicina interna.

Religião/ Espiritualidade

Com relação à religiosidade, a porcentagem entre homens e mulheres que disseram ter alguma crença religiosa foi bem parecida (75 % e 77% , respectivamente). Deste grupo, por incrível que pareça, os homens são os que mais relataram ser praticantes de alguma fé (60%) em comparação com as mulheres (44%). Em uma pesquisa nacional de todos os americanos Pew Research, apenas 16% referiram não estar ligados a nenhuma fé particular, e ainda assim 8% desse grupo reconhecem a religião como sendo importante. Isto sugere então, que os médicos podem ser menos religiosos que seus pacientes.

De acordo com as especialidades, os pediatras, médicos da família e pneumologistas são os que mais relataram praticar a sua fé (mais de 60%). Do outro lado da escala, os menos praticantes, são os radiologistas, cirurgiões plásticos e intensivistas (ainda assim, com uma porcentagem relativamente alta: mais de 50%).

Política

Homens e mulheres mostram diferentes inclinações políticas, as mulheres são predominantemente liberais e os homens mais conservadores. No ranking por especialidade, os ortopedistas e urologistas estão entre os mais conservadores (mais de 70%) e os infectologistas e psiquiatras entre os mais liberais (cerca de 70%).

Casamento

Neste aspecto, a grande maioria dos médicos que responderam são casados ou vivem com um parceiro (86% dos homens e 76% das mulheres). Além disso, quase 70% dos homens estão no primeiro casamento e cerca de 60% das mulheres.

Por fim, a maioria dos médicos entrevistados classificaram sua saúde como boa ou excelente, relatando um elevado nível de saúde, essa porcentagem foi maior entre os dermatologistas e oftalmologistas (96% e 95% respectivamente). Assim, quando analisamos por especialidade, de maneira geral, os dermatologistas parecem ser os médicos com maior qualidade de vida, em vários aspectos: seja com relação à saúde de forma geral, ou em relação à satisfação profissional e pessoal e também financeiramente.

Confira a pesquisa completa por especialidade em: http://www.medscape.com/sites/public/lifestyle/2014


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