Pesquisadores japoneses descobriram que a variante ômicron
XBB.1.5, do SARS-CoV-2, causador da Covid-19, pode se espalhar mais rapidamente
do que variantes anteriores, podendo vir a ser responsável por um próximo surto
epidêmico. A informação foi publicada no The
Lancet Infectious Diseases.
A ômicron XBB.1.5 foi detectada pela primeira vez em outubro
de 2022 e acabou se tornando predominante no hemisfério ocidental. No Brasil, o
primeiro caso da variante foi identificado em meados do último mês de janeiro,
em um paciente de Indaiatuba, no interior de São Paulo, que contraiu a Covid-19
em novembro do ano passado.
Segundo os autores da pesquisa, após uma série de
experimentos, descobriu-se que a alta transmissibilidade e infectividade se
deve a uma nova mutação na proteína spike (S) presente na variante. Esta proteína
ancora o vírus firmemente ao receptor da enzima conversora de angiotensina
humana 2 (ACE2), facilitando a invasão de células humanas. Desta forma, a
variante XBB.1.5 se liga ao receptor ACE2 humano com afinidade muito elevada.
Outra descoberta preocupante é que a proteína XBB.1.5 S é
altamente resistente a anticorpos neutralizantes induzidos por infecção com as
subvariantes BA.2/BA.5. Isto quer dizer que pacientes com infecção prévia por
BA.2/BA.5 podem não apresentar imunidade significativa contra XBB.1.5. Isto aumenta
as chances de infecção e desenvolvimento da doença Covid-19.
De acordo com a pesquisa, a XBB.1.5 pode se tornar uma
ameaça iminente, devendo ser monitorada de forma constante.
Referência:
Keiya Uriu et al,
Enhanced transmissibility, infectivity, and immune resistance of the SARS-CoV-2
omicron XBB.1.5 variant, The Lancet Infectious Diseases (2023). DOI:
10.1016/S1473-3099(23)00051-8