Pesquisadores e médicos da UCL Engineering e do University
College Hospital, na Inglaterra, em parceria com integrantes do Korle-Bu Teaching Hospital, em Gana, demonstram
entusiasmo em relação a uma nova técnica de diagnóstico não invasiva de anemia
em bebês e crianças pequenas. Esta utiliza apenas um conjunto de imagens de
olho e face obtidas através de smartphones.
Em estudo publicado na PLOS
ONE, os cientistas dizem que o recurso pode aumentar o acesso à triagem de
anemia, principalmente em países de baixa e média renda. Nestes, costumam ser
verificadas taxas elevadas de deficiência em ferro.
O diagnóstico de anemia normalmente requer a coleta de
amostras de sangue, o que pode ser caro tanto para os sistemas de saúde quanto
para os pacientes. Sabendo que a hemoglobina tem uma cor muito característica
devido à forma como absorve a luz, os participantes da pesquisa passaram a
analisar imagens de três regiões onde ocorre mínima pigmentação da pele no
corpo: o branco do olho, o lábio inferior e a pálpebra inferior.
Quando fotos das três regiões foram avaliadas em conjunto para
prever a concentração de hemoglobina no sangue, os cientistas foram capazes de
detectar de forma eficaz todos os casos de anemia grave, além de identificar
casos leves em taxas consideradas clinicamente úteis.
Para se chegar ao resultado, foram analisadas fotos de 43
crianças com menos de quatro anos de idade, tiradas no decorrer do ano de 2018.
A anemia afeta cerca de dois bilhões de pessoas em todo o mundo. Em crianças,
pode ter impacto significativo no desenvolvimento cognitivo, além de torná-las
mais suscetíveis a doenças infecciosas.
Referência:
Feasibility of
smartphone colorimetry of the face as an anaemia screening tool for infants and
young children in Ghana, PLOS ONE (2023). DOI: 10.1371/journal.pone.0281736