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Anticorpos monoclonais e Alzheimer: Novas fronteiras e diretrizes de tratamento

Anticorpos monoclonais e Alzheimer: Novas fronteiras e diretrizes de tratamento
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jul. 31 - 4 min de leitura
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O campo da neurologia está presenciando um marco importante com o surgimento de terapias baseadas em anticorpos monoclonais anti-amiloide para o tratamento da doença de Alzheimer (DA). Um recente artigo publicado na Neurology®, intitulado Antiamyloid Monoclonal Antibody therapy for Alzheimer Disease: Emerging Issues in Neurology, em 26 de julho de 2023,  o periódico oficial da Academia Americana de Neurologia (AAN), discute a promessa desses novos medicamentos de retardar o declínio cognitivo e funcional em pacientes com DA em estágio inicial.

O artigo oferece orientações valiosas para neurologistas sobre o uso desses anticorpos monoclonais emergentes. Ele também sugere adaptações logísticas necessárias, critérios de seleção de pacientes e diretrizes para o monitoramento do tratamento. Três medicamentos foram discutidos: lecanemab, aducanumab e donanemab. O lecanemab recebeu aprovação tradicional da FDA em julho de 2023, enquanto o aducanumab obteve aprovação acelerada em junho de 2021, mas ainda não recebeu aprovação tradicional. O donanemab ainda aguarda a aprovação.

Os autores destacam que, embora esses novos tratamentos tragam esperança, eles também vêm com riscos significativos. Os anticorpos monoclonais anti-amiloide estão associados a um sério efeito colateral conhecido como anomalias de imagem relacionadas à amiloide (ARIA), uma condição que pode causar edema cerebral e sangramento, podendo levar à morte. Três mortes foram associadas ao lecanemab, pelo menos duas delas ocorreram em pessoas que também estavam tomando anticoagulantes.

Atualmente, a elegibilidade para essas terapias é limitada a pessoas que apresentam formas iniciais sintomáticas da doença, comprometimento cognitivo leve ou demência leve devido à doença de Alzheimer. Existem preocupações com a falta de diversidade nos estudos atuais, que mostram uma sub-representação de populações negras e hispânicas, levando a apelos por um recrutamento mais amplo e inclusivo em futuros estudos.

O artigo destaca a necessidade de modificações sistemáticas e específicas nas práticas de cuidado para incorporar esses novos medicamentos. Isso inclui estratégias para seleção de pacientes e monitoramento do tratamento, com ênfase na tomada de decisões compartilhadas e colaboração multidisciplinar. 

Essas novas terapias, embora promissoras, não são uma cura para a doença de Alzheimer. Além disso, a redução na taxa de declínio cognitivo pode não ser perceptível para as pessoas que estão recebendo essas terapias.

O conteúdo traz uma visão abrangente e oportuna sobre as possibilidades e desafios associados a essas novas terapias para a doença de Alzheimer. À medida que entramos nesta nova era do tratamento da DA, é crucial continuar a pesquisa para maximizar os benefícios dessas terapias e minimizar seus riscos.

Atualmente, o progresso das terapias baseadas em anticorpos monoclonais anti-amiloide para o tratamento da doença de Alzheimer configura um marco crucial na neurologia. As inovações e as diretrizes mais recentes fornecidas pela AAN são de extrema relevância para os neurologistas, que lidam diariamente com as complexidades da doença em suas práticas clínicas. Tal conhecimento possibilitará oferecer suporte atualizado e apresentar aos pacientes opções de tratamento recentes e eficazes.

Igualmente, estar ciente dos riscos potenciais dessas terapias, incluindo a possibilidade de Anomalias de Imagem Relacionadas à Amiloide (ARIA), é um aspecto crucial para o manejo seguro e eficaz do paciente. Além disso, assegurar a diversidade em estudos clínicos é uma responsabilidade ética que também aprofunda nosso entendimento do impacto dessas terapias em diferentes grupos demográficos. Dessa forma, este artigo enfatiza a necessidade de atualização constante, uma característica intrínseca à prática médica de sucesso.


Leia também: 


Referências: 

  • Antiamyloid Monoclonal Antibody Therapy for Alzheimer Disease: Emerging Issues in NeurologyVijay K Ramanan, Melissa J Armstrong, Parichita Choudhury, Katherine Coerver, Roy H Hamilton, Brad C Klein, David A Wolk, Scott R Wessels, Lyell K. Jones, for the AAN Quality CommitteeNeurology Jul 2023, 10.1212/WNL.0000000000207757; DOI: 10.1212/WNL.0000000000207757



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