Com o avanço de tecnologias na medicina, necessitou-se em alguns casos aumentar a exposição à radiação, com isso, passa a se pensar nas consequências que isso pode ter na saúde dos profissionais que estão diretamente expostos a isso.
Esse artigo abordará a biossegurança de profissionais que são cronicamente expostos à radiação ionizante, principalmente no que diz respeito a sua saúde ocular.
O estudo que serviu de referência para esse utilizou 112 voluntários com idade média de 44,95 anos e 88 voluntários(as) com média de 48,07 anos, a maioria dessas pessoas eram médicos(as).
Porque é importante falar disso? Porque procedimentos diagnósticos e terapêuticos tais como a cardiologia intervencionista e outras áreas vêm sendo expostos à radiação com mais frequência e numa intensidade maior.
A exposição dessa maneira pode afetar o corpo humano, principalmente os tecidos moles como cristalino, o qual é extremamente sensível à radiação ionizante, evoluindo com opacidade do cristalino quando muito crônico e intensa a exposição.
Desenho do estudo
Buscou-se comparar entre cardiologistas intervencionistas e clínicos, se haveria relação entre a exposição à radiação ionizante e a incidência de opacidade no cristalino.
Tais profissionais foram divididos em dois grupos, foi realizada uma entrevista com um questionário a fim de analisar os dados demográficos, as práticas profissionais, e as doenças coexistentes,
Após isso, passaram por uma avaliação oftalmológica com um exame em Lâmpada de fenda e depois classificados em relação a opacidade do cristalino segundo o Lens Opacities Classification System III (LOCS III)
Resultados
Encontrou-se que os profissionais não médicos (18%) do grupo exposto e 23% dos não médicos do grupo 2 (não exposto à radiação apresentaram opacidade)
O olho esquerdo foi o mais acometido do grupo exposto à radiação, tanto para catarata subcapsular posterior quanto para catarata cortical (50 e 46%)
Não houve relação significativa entre a proteção plumbífera e os achados de opacidade.
Isso tudo levanta um questionamento em relação à maneira que os profissionais estão expostos, qual o impacto que isso tem e como isso pode ser cada vez mais combatido e prevenido.
O que achou do artigo? Você é ou conhece algum(a) intervencionista?
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Escrito por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica
Referências