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CFM se posiciona contra as últimas ações do Governo na Medicina e na Saúde

CFM se posiciona contra as últimas ações do Governo na Medicina e na Saúde
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set. 29 - 4 min de leitura
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Após o a oficialização da notícia e a publicação no Diário Oficial da União sobre a autorização de abertura de 37 novas faculdades de medicina pelo país (leia o nosso posicionamento AQUI), o Conselho Federal de Medicina lançou nota a sociedade se posicionando contra a abertura de novas escolas, o exercício da medicina por pessoas que não tenham o diploma válido no país e o arquivamento definitivo do projeto de abertura de planos de saúde populares.

Segue a nota divulgada dia 28/09/2016

POSICIONAMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
NOTA À SOCIEDADE E AOS MÉDICOS

São extremamente graves e preocupantes as recentes medidas anunciadas pelo Governo nas áreas do ensino médico e da assistência em saúde, às quais exigem da sociedade civil organizada e dos tomadores de decisão atenção redobrada para evitar a adoção de rumos que comprometam de forma irremediável os avanços alcançados com a Constituição Federal de 1988.

Assim, a Plenária do Conselho Federal de Medicina (CFM), em sua reunião de setembro, aprovou manifestação pública na qual exige que os órgãos de gestão busquem respostas para problemas que comprometem a qualidade da formação de futuros médicos pela abertura imprudente de escolas; expõem brasileiros a profissionais formados no exterior cujo grau de conhecimento e competência não foi formalmente atestado pelo Revalida; e distorcem os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) ao propor a criação de planos populares de saúde, possivelmente sem a inclusão de doentes crônicos e idosos, resultando em coberturas limitadas a consultas ambulatoriais e a exames subsidiários de menor complexidade.

Como forma de retomar o diálogo e demostrar seu compromisso com o bem coletivo, o CFM defende a adoção pelo Poder Executivo das seguintes medidas:

1.       A suspensão imediata do processo de abertura de novas escolas médicas no País, muitas delas sem as condições de promover o bom ensino e a capacitação de futuros médicos por falta de infraestrutura, inexistência de hospitais e campos de estágios, presença de corpo docente sem o necessário preparo; e ausência de um plano pedagógico consistente;

2.       O preenchimento das vagas abertas na fase atual do Programa Mais Médicos apenas por médicos graduados no Brasil, detentores de títulos reconhecidos pelo Ministério da Educação e pelos Conselhos de Medicina, evitando-se expor a população à atuação de profissionais formados em outros países e que não foram submetidos ainda ao processo de revalidação de seus diplomas, exigência feita em países onde os governos expressam real preocupação com a qualidade da assistência oferecida;

3.       O arquivamento definitivo do projeto de elaboração de planos de saúde com caráter popular, os quais apenas beneficiarão os empresários da saúde suplementar - setor que movimentou, em 2015 e em 2016, em torno de R$ 180 bilhões, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - e não trará solução para as dificuldades do SUS.

Na expectativa de um novo governo e de uma nova cultura de proficiência, eficácia e probidade na Nação, as medidas recentes citadas representam perigosa distorção de legítimos anseios do povo brasileiro, que espera, na verdade, a adoção de medidas estruturantes para o SUS, como: o fim do subfinanciamento; o aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão; a criação de políticas de valorização dos profissionais, como uma carreira de Estado para os médicos; e o combate à corrupção.

Somente a adoção de medidas dessa magnitude será capaz de devolver à rede pública condições de oferecer, de forma universal, o acesso à assistência segundo parâmetros previstos na Constituição de 1988 e com pleno respeito à dignidade humana. Assim, por ordem ética, moral e jurídica, em época de prosperidade ou recessão econômica, o futuro deve ser planejado e construído para ser justo!

Brasília, 28 de setembro de 2016.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)

Referência: http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26437:2016-09-28-16-33-17&catid=3


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