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Como a OMS recomenda que seja o tratamento para a tuberculose resistente

Como a OMS recomenda que seja o tratamento para a tuberculose resistente
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jun. 10 - 5 min de leitura
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A tuberculose é um problema de saúde global e a Organização Mundial da Saúde fez novas recomendações para o tratamento da doença na sua forma resistente.

As infecções bacterianas resistentes estão aumentando de forma global, e dentre elas está a tuberculose. A ideia de 20 anos atrás seria criar um planejamento para acabar com a tuberculose, mas infelizmente até agora isso não foi possível.

A tuberculose multidroga resistente é causada por uma cepa de Mycobacterium tuberculosis que é resistente no mínimo à isoniazida e rifampicina, os dois medicamentos de primeira linha utilizados para o tratamento das tuberculose. 

Nesse artigo será versado sobre a última diretriz liberada pela OMS em 2020 a fim de auxiliar no combate à tuberculose a fim de exterminá-la. portanto um pouco sobre o contexto e sobre a produção serão abordaods.

 

O quão sério é o cenário?

Bem, só de existir bactérias multirresistentes já estamos falando de um assunto muito sério.

No que se refere ao tamanho do problema, segundo a OMS, 3,3% dos novos casos e 18% dos casos antigos (tratados) de tuberculose ao redor do mundo em 2019 eram MDR (multidroga resistente)/rifampicina resistente.

Em números absolutos isso significa em torno de meio milhão de pessoas (400/535 mil pessoas). Em torno de 105 países e territórios ajudaram a construir dados, relatando que as cepas resistentes a uma das fluoroquinolonas foram 20,1%. Apesar disso parece já parecer ruim, pode piorar mais ainda, pois apesar de os países estarem expandindo o número de diagnósticos para a resistência da tuberculose, apenas 206030, isso é, 44% do total estimado foram notificados em 2019, devido a isso, acredita-se que o número é subestimado. 

No meio de tanta notícia ruim, vem uma boa agora, dentre todas as pessoas diagnosticadas, felizmente a maioria com tuberculose resistente conseguiu acesso ao tratamento (86%).

 

Qual o problema da resistência?

Se comparados com pacientes sem resistência, os que necessitam de intervenções mais longas ou mais sérias possuem maior efeitos adversos dos medicamentos. Nas últimas décadas os tratamentos para TB resistente tenderam a durar ≥ 20 meses, no entanto os últimos protocolos sugeridos pela organização mundial da saúde giram em torno de 9-12 meses, desde 2016.

Apesar desse desenvolvimento em relação a implementação e programação do tratamento, ainda é um desafio para os pacientes e para os sistemas de saúde essa longa duração do tratamento e sua segurança, pois envolvem dentre outros custos, barreiras sociais e financeiras.

Apenas 57% dos pacientes MDR/RR e 47% dos pacientes MDR/RR + fluorquinolonas resistentes tiveram sucesso no tratamento baseado em uma coorte iniciada em 2017.

Um pouco da história e relação da OMS com a tuberculose

Essa iniciativa em prol de estabelecer diretrizes para um tratamento eficiente para a tuberculose além de expandir o acesso ao cuidado faz parte da estratégia para acabar com a tuberculose. Desde 1996 o programa global da OMS para a tuberculose vem desenvolvendo diretrizes e implementando manuais para o manejo e tratamento da TB resistente. 

 

Desenvolvimento das diretrizes pela OMS

O desenvolvimento de diretrizes busca passar por um programa técnico, buscando garantir que o processo seja transparente e baseado em evidências, buscando se pautar nos mais corretos preceitos éticos estabelecidos pela ciência. A metodologia GRADE (Avaliação da graduação das recomendações, desenvolvimento e evolução) é a base para a criação dos guidelines.

Ainda no ano de 2019 a OMS já divulgou, por meio online, quem seria a lista de experts interessados em participar do grupo de desenvolvimento de diretrizes, além das metas e objetivos de tal documento. Além disso, a OMS também emitiu uma chamada pública, pedindo para indústrias, pesquisadores e programas nacionais e outras agências que trabalhassem com a tuberculose para fornecer base de dados para dar robustez e evidências à diretriz que estava para ser criada. Com base nisso, a OMS encabeçou estudos como revisões sistemáticas e meta-análises em prol de juntar as evidências disponíveis no que se refere a regimes de tratamentos de TB resistente.

O desenvolvimento se baseou em várias perguntas elaboradas com a estratégia PICO (População, intervenção, comparação e resultado).

 

Conclusão

A OMS recomenda fortemente que esse esforço não seja em vão, isso é, segundo a organização, é necessário que os stakeholders, políticos e pessoas envolvidas de alguma forma com a tuberculose auxiliem no combate e que seja criada uma força que trabalhe em conjunto em prol de entregar melhor qualidade de vida e resultados mais promissores às pessoas que são acometidas por essa doença.

Portanto, para saber sobre os resultados, as pesquisas PICO realizadas pela equipe para a produção da diretriz, as referências, quem foi a equipe, entre outros assuntos envolvendo essa diretriz, acesse aqui.

 


Por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica


 

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Referências

Global tuberculosis report 2020 (who.int). Acesso em 09/06/2021.

https://erj.ersjournals.com/content/erj/57/6/2003300.full.pdf. Acesso em 09/06/2021.



 


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