A pneumologia é a especialidade responsável por estudar, diagnosticar e tratar as patologias das vias aéreas (incluindo traqueia, brônquios, pulmões e estruturas relacionadas).
É comum encontrar o termo Tisiologia associado à Pneumologia, isso porque (pra quem ainda não sabe), tisiologia é a área da medicina responsável pelo estudo, pesquisa, prevenção e tratamento da Tuberculose (TB).
A pneumologia é uma área relativamente nova na medicina, (aproximadamente meio século). E pode-se dizer até que sua origem veio da tisiologia. Porque como as lesões da TB eram principalmente pulmonares, isso fez com que os tisiólogos fossem, pouco a pouco, se aprofundando no estudo do pulmão, vias aéreas, e assim também reconhecendo outras doenças pulmonares, que agrupadas chegaram ao que conhecemos hoje como Pneumologia.
A residência em pneumologia tem como pré-requisito dois anos em clínica médica ou em pediatria, e tem como duração mais dois anos.
De acordo com a CNRM, a estruturação dos Programas de Residência Médica em Pneumologia são:
-Unidade de internação: mínimo de 20% da carga horária anual;
-Ambulatório: mínimo de 30% da carga horária anual;
-Urgência e emergência: mínimo de 15% da carga horária anual;
-Estágios obrigatórios: provas funcionais respiratórias, terapia intensiva, broncoscopia, reabilitação respiratória, alergia e imunologia, laboratório de investigação da tosse, distúrbio respiratório do sono (mínimo de 15% da carga horária anual);
-Estágios opcionais: Medicina Preventiva e Social em atividades de interesse da especialidade, Hemodinâmica, Otorrinolaringologia ou outros a critério da Instituição.
Ao fim da especialização, o residente terá experiência em enfermaria, espirometria, provas de função pulmonar, patologia, otorrino, broncoscopia, UTI, radiologia e ambulatório de áreas de atuação, como: sono, DPOC, intersticiopatias, asma, tuberculose, fibrose cística, tabagismo, oncologia.
A propósito, são várias as áreas de atuação possíveis para o pneumologista.
Para atuar em algumas dessas áreas (como broncoscopia, medicina do sono e função pulmonar) é exigido do recém-especialista cursos ou estágios supervisionados, que devem ser ministrados por hospitais, clínicas especializadas conveniadas ou pela SBPT.
No site da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) você pode conferir alguns cursos e estágios de especialização reconhecidos pela SBPT.
A SBPT também dispõe de um blog, que traz alguns assuntos relacionados à especialidade (o PneumoBlog) e acesso à casos clínicos, artigos, vídeo-aulas, restritos aos membros associados. Além disso, permite o credenciamento das Ligas Acadêmicas de Pneumologia e Tisiologia à Sociedade, assim, os estudantes participantes, podem ter acesso a esses conteúdos restritos, dentre outros benefícios. Se você participa de alguma liga de pneumo em sua faculdade, confira as regras para o credenciamento e os benefícios.
Tem-se verificado uma procura menor pela especialidade entre os médicos recém-formados. Tanto que, a concorrência para residência em pneumo é relativamente baixa: por exemplo, a relação candidato/vaga, em 2014, para o Programa de Residência em Pneumologia clínica da USP foi de 3,14/1; para o da UFRJ foi de 2,5/1 e para pneumologia pediátrica na UFRJ também, foi de 2/1.
De acordo com algumas fontes, como a pneumologia se trata de uma especialidade clínica e eminentemente ambulatorial, a remuneração não é tão boa, principalmente pelos planos de saúde e SUS. Assim, muitos especialistas estão cada vez mais atendendo apenas particular, nos consultórios. Essa é uma tendência também observada em outras especialidades médicas hoje.
No caso da pneumologia, ainda é possível associar procedimentos para agregar valor, como: atuação em rotina de hospital dia ou sobreaviso hospitalar na broncoscopia; atuação em clínicas de função pulmonar para avaliar resultado de exames; ou ainda, na medicina do sono em interpretação do exame de polissonografia.
Por fim, segundo a médica Paula Tannus (pneumologista pediátrica), no livro Como Escolher a Sua Residência Médica:
"O pneumologista encontra grande desafio em estabelecer território, pois existem muitos mitos em relação as doenças respiratórias. (...) No ambiente hospitalar temos ainda o desafio de competir com o infectologista. A infectologia tem ganhado bastante espaço nos hospitais em vista das infecções hospitalares e controle do ambiente, e não raro são eles que conduzem pacientes com pneumonia, tuberculose, aspergilose, etc. É preciso um 'time do pulmão' comprometido e atuante no hospital".
Fontes:
-Livro: Como Escolher a Sua Residência Médica
-CNRM
-Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
-Pneumo & Tisiologia: Dr. Jairo Netto Costa