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Estudo identifica novo tratamento para Esofagite Eosinofílica

Estudo identifica novo tratamento para Esofagite Eosinofílica
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jul. 31 - 4 min de leitura
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Em um estudo publicado no periódico Communications Biology da Nature, em 31 de julho de 2023, pesquisadores da Universidade Tulane propuseram um novo entendimento e tratamento para a esofagite eosinofílica (EoE), uma doença crônica do sistema imunológico que dificulta a alimentação, particularmente em crianças.

A EoE é geralmente desencadeada por alergias alimentares ou alérgenos aéreos, levando ao acúmulo de eosinófilos, um tipo de glóbulo branco, na mucosa do esôfago. Isso resulta em espessamento da parede esofágica, dificultando a deglutição, o que pode conduzir a quadros de má nutrição e perda de peso em crianças.

O estudo apresentou uma via mecanicista passo a passo de respostas imunes reguladas pelo Nucleotide-binding oligomerization domain, Leucine rich Repeat and Pyrin domain containing 3 (NLRP3) e a caspase 1 (caspase1), juntamente com a Interleucina-18 (IL-18). A pesquisa demonstrou que tanto as células epiteliais do esôfago quanto os macrófagos, derivados do NLRP3, regulam a IL-18, que inicia a Esofagite Eosinofílica e induz a Interleucina-5 (IL-5) para facilitar o crescimento e a sobrevivência dos eosinófilos.

Os pesquisadores descobriram que a administração de Interleucina-18 recombinante (rIL-18) a ratos com deleção do gene GATA (ΔdblGATA) e ratos que expressam Interleucina-5 sob controle do promotor CD2 (CD2-IL-5) resultou no desenvolvimento de características de Esofagite Eosinofílica (EoE), como eosinófilos desgranulados e intraepiteliais, hiperplasia das células basais, remodelação e fibrose. Além disso, uma via semelhante induzida pelo domínio de oligomerização de nucleotídeos ligantes, rico em leucina e contendo pirina 3 (NLRP3) e caspase 1, e regulada pela Interleucina-18 (IL-18) também é operacional na EoE em humanos.

Essas descobertas são particularmente relevantes considerando que, por muitos anos, a Esofagite Eosinofílica (EoE) foi frequentemente diagnosticada erroneamente como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Elas desafiam décadas de suposições de que as células T-helper 2 (Th2) desempenham um papel importante no desencadeamento da EoE.

O estudo identificou a droga existente, VX-765, e outros inibidores do domínio de oligomerização de nucleotídeos ligantes, rico em leucina e contendo pirina 3 (NLRP3) e da caspase 1 como tratamentos potenciais para a Esofagite Eosinofílica (EoE). Esses inibidores têm o benefício adicional de eliminar apenas eosinófilos patogênicos que respondem à Interleucina-18 (IL-18), sem afetar os eosinófilos gerados pela Interleucina-5 (IL-5), vitais para a manutenção da imunidade inata.

O próximo passo na pesquisa será a realização de ensaios clínicos para validar a eficácia destes tratamentos. Estas descobertas representam um avanço significativo no entendimento das doenças imunológicas crônicas e na busca de terapias eficazes para a EoE, que afeta uma em cada 1.500 crianças e um em cada 2.000 adultos.

Em suma, as implicações desse estudo são relevantes e variadas. A nova compreensão do mecanismo imunológico na esofagite eosinofílica (EoE) não só desafia as premissas estabelecidas, mas também aponta para possíveis novos tratamentos que podem beneficiar significativamente os pacientes. Ao destacar a capacidade dos inibidores de NLRP3 e caspase 1 de eliminar seletivamente eosinófilos patogênicos sem comprometer a imunidade inata, este estudo apresenta um potencial promissor para a melhoria dos cuidados aos pacientes.

Também instiga uma reavaliação das abordagens diagnósticas existentes para a EoE, que podem ter sido erroneamente diagnosticadas como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Essas descobertas representam um avanço crucial no entendimento e manejo da EoE, oferecendo a nós comunidade médica, novas ferramentas e perspectivas para combater essa doença crônica complexa.

Para leitura do estudo na íntegra, disponibilizamos o link para acesso. 


Leia também: 


Referências: 

  • Yadavalli, C.S., Upparahalli Venkateshaiah, S., Kumar, S. et al. Allergen-induced NLRP3/caspase1/IL-18 signaling initiate eosinophilic esophagitis and respective inhibitors protect disease pathogenesis. Commun Biol 6, 763 (2023). https://doi.org/10.1038/s42003-023-05130-4

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