Estudo ressalta que a cirurgia deverá ser recomendada para aqueles pacientes obesos que não obtiveram êxito no tratamento clínico conservador (dieta e medicamentos) e após rigorosa análise da equipe multiprofissional, com avaliação do estado nutricional e do perfil psicológico
A resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.172, de 2017, determinou que pacientes com IMC entre 30 e 34,9kg/m², portadores de diabetes mellitus tipo 2 refratários ao tratamento clínico e conforme atestado por dois endocrinologistas podem realizar cirurgia bariatrica, sendo a de primeiro escolha a gastroplastia.
O impacto positivo determinado pelo procedimento na perda de peso, na redução do IMC e perfil lipídico é bastante relevante já após quatro meses, e se mantém após um ano da realização do procedimento, demonstrando benefícios na redução dos fatores de risco da síndrome metabólica.
As conclusões são apresentadas no estudo Repercussões da cirurgia bariátrica sobre parâmetros metabólicos - Experiência de 15 anos em hospital de Maceió, Brasil, de autoria do médico José Adailton Pinheiro, do Hospital Memorial Arthur Ramos, Serviço de Cirurgia Bariátrica, em Maceió, juntamente com equipe.
O estudo foi publicado no periódico científico Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva.
José Adailton e os colaboradores destacam que a realização de cirurgia bariátrica vem crescendo nos dias atuais, sendo considerada um método eficaz no tratamento da obesidade mórbida e no controle de peso em longo prazo. "Tem ganhado importância também no controle da diabetes, na redução dos fatores de risco cardiovasculares e de outras comorbidades relacionadas à obesidade e da síndrome metabólica nos indivíduos refratários ao tratamento clínico", aponta o estudo.
O objetivo foi comparar os resultados metabólicos, perda ponderal e parâmetros associados à obesidade no pré e pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
Os dados foram coletados no período de maio a setembro de 2020, de indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica no período de 15 anos (2003 a 2018). Foi realizada análise estatística comparativa e descritiva das variáveis antropométricas, metabólicas, bioquímicas e morbidades associadas.
Dentre o universo estudado, a maioria era do sexo feminino (68,50%). Em ambos os sexos a maior prevalência se encontravam na faixa etária de 30 a 39 anos e mais da metade tinha obesidade grau III.
A técnica cirúrgica utilizada foi o gastroplastia em Y de Roux. Após quatro meses houve uma redução significativa do perfil lipídico, dos parâmetros antropométricos e enzimas hepáticas em ambos os sexos, os quais permaneceram em declínio no final do primeiro ano, com melhora acentuada da síndrome metabólica.
A determinação de 2017 insere-se no cenário recente dos índices de obesidade, excesso de peso e diabetes observados pelo Ministério da Saúde no Brasil. Durante o período de 2013-2018, houve intensa evolução nestas taxas.
O estudo ressalta que a cirurgia deverá ser recomendada para aqueles pacientes obesos que não obtiveram êxito no tratamento clínico conservador (dieta e medicamentos) e após rigorosa análise da equipe multiprofissional, com avaliação do estado nutricional, das condições e do perfil psicológico.
É fundamental também seguir as recomendações médicas e nutricionais após o procedimento, complementado com um plano alimentar de forma correta e individualizada, com suplementação nutricional, além de manter atividade física.
O sucesso do tratamento cirúrgico depende essencialmente do equilíbrio emocional e das mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida do indivíduo.
Dentre o universo estudado, a maioria era do sexo feminino (68,50%). Em ambos os sexos a maior prevalência se encontravam na faixa etária de 30 a 39 anos e mais da metade tinha obesidade grau III.