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Liderança colaborativa entre estudantes de medicina - o que eu aprendi no CESMED em Goiás

Liderança colaborativa entre estudantes de medicina - o que eu aprendi no CESMED em Goiás
Fernando Carbonieri
mai. 21 - 5 min de leitura
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Há mais de 6 anos eu escrevo aqui na academia médica sobre o que a faculdade esqueceu de nos ensinar. Uma das coisas que eu tenho certeza de que nos falta nos currículos é o ensino da Liderança nas faculdades de medicina. E se algo assim tão imprescindível nos falta, vamos atrás e desenvolvemos.

No fim de semana dos dias 18, 19 e 20 de maio fui convidado para falar em duas oportunidades durante o 3º CESMED (Congresso Goiano de Escolas Médicas). A primeira delas sobre o como criar startups em saúde. A segunda, mais espinhosa, sobre "A necessidade do ensino da Liderança pelas Faculdades de medicina". 

Preparei-me para tirar da zona de conforto alguns dos 1300 acadêmicos de medicina inscritos no congresso. Aproximadamente 50 se inscreveram para a palestra sobre liderança, e mais 50 para a de Startups. Retornava após um ano da minha primeira ida a Goiânia e estava empolgado em voltar para este congresso que já tinha sido um sucesso no ano anterior. Pronto para dar minhas aulas,  que eu não sabia é que era eu quem teria o maior aprendizado.

O CESMED, para quem ainda não conhece, certamente é o maior congresso de Acadêmicos de Medicina para Acadêmicos de Medicina do Brasil e contou, na sua terceira edição, com a participação de 1300 acadêmicos de 10 estados. Fora do eixo Rio/São Paulo, destaca-se pela vanguarda dos temas propostos, sempre com nomes que já ficaram na história da medicina brasileira.

Números gigantes, que elevam o sarrafo para que a próxima comissão organizadora consiga engajar mais gente, com uma qualidade ainda maior. Para conseguir entregar o valor que nós palestrantes percebemos, foram mais de 100 voluntários. Cada grupo de voluntários, organizados sob uma diretoria e a presidência. 

Até aí, nada de muito novo. Eventos gigantes precisam de uma organização gigante. Além de um congresso impecável. Com salas sempre cheias, um dos momentos que mais me chamaram a atenção foi a reunião de encerramento. Claro que as palestras que pud assistir e ministrar forma bem interessantes, mas poder assistir o fechamento de tudo foi muito inspirador e gratificante. A medicina no Brasil tem jeito e não serão as instituições que farão isso. São os futuros médicos.

 Pude ver o esforço de cada uma das pessoas que ali estavam. Todos transparecendo a sensação de dever cumprido. A doação que todos tiveram para realizar este sonho tinha origem na entrega da diretoria. Alí pude ver na prática a liderança servidora tão bem relatada no "O Monge e o Executivo", que possivelmente foi lido por poucos deles. Nada de estrelato, apenas servidão a um propósito e o entendimento que as grandes coisas acontecem apenas com a união de muitos.  Um propósito, a união de líderes servidores e uma legião de pessoas querendo fazer parte do futuro da medicina.

Aos poucos entendi mais sobre a história deste congresso e porque ele é grande e motivador. Zero politicagem, pura vontade de fazer mais pelos colegas. O entendimento de que fornecer o melhor ambiente para o seu par é a melhor maneira de mover todos a excelência. Ambiente criado, conhecimento compartilhado. Mesmo sendo um congresso realizado pela PUC Goiás e pelo CA da Instituição, não pude presenciar egos inflados frente ao feito que estavam realizando. O congresso contou com o envolvimento de acadêmicos de todas as escolas de Goiás, que entenderam o propósito da união frente às mudanças que impactaram a medicina nos últimos anos.

Não vi os pedestais tão presentes em nossa profissão. Vi um futuro promissor de pessoas que vão fazer muito pela medicina goiana, brasileira e mundial, assim como outros médicos goianos, presentes no congresso, já fizeram. Não é nenhum exagero não. O congresso contou com nomes como Dr. Antônio de Salles (formado na UFG, professor titular de Neurocirurgia e Radioterapia da Universidade da Califórnia e Chefe da Neurociência do HCOR) e o Professor Celmo Celeno Porto (Hoje professor da UFG, dispensa apresentações pois ensinou a semiologia médica a várias gerações de médicos brasileiros). Ainda podemos ter duas experiências fantásticas com a Ana Claudia Quintana Arantes, uma das médicas mais sensíveis que já ouvi falar ao vivo.

Com o Subtítulo "Transição da Medicina: Um futuro de insegurança" este congresso me deixou extremamente seguro de que as pessoas que escreverão o futuro aqui no país já o estão fazendo de dentro de suas faculdade, ensinando-as novamente que a medicina é feita de propósito e não de politicagem. 

Um abraço e muito obrigado a todos da comissão organizadora (todos os integrantes AQUI). Em especial aos amigos Bruno Oliveira, Lucas Praxedes, Stefano Machado Garcia de Souza, Guilherme Martins, Adalberto Moraes, Diego Machado, Matheus Carvalho Diniz e Matheus Henrique Bastos Martins  que ficaram mais próximos durante a minha passagem por goiânia e aos "ubers" Lucas e Pedro que me levaram pra cima e para baixo. Aos não citados aqui fica também o meu reconhecimento.

Muito obrigado.

Foi muito bom aprender com vocês e me inspirar em vocês. Ano que vem tem mais.


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