Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 3

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 3
Luan Gustavo
set. 1 - 5 min de leitura
000

Seja bem-vindo à coluna Historynemia que conta as histórias de personagens importantes da medicina e suas contribuições para a sociedade. Fique à vontade para comentar, curtir e compartilhar com seus amigos. 

No texto dessa semana começaremos  a discutir o Método Montessoriano. Vamos lá?

 


Leia também:


 

O nascimento da "Casa dei Bambini"

Após colocar em prática o uso de seus materiais e perceber que a nota dos seus meninos em alguns casos foi até maior que a das crianças consideradas normais, Maria Montessori começou a se questionar, pensando na possibilidade de que poderia haver alguma coisa de errado com o sistema de ensino infantil italiano, ou que ele talvez pudesse ser melhorado. Então ela renuncia ao seu cargo na Escola Ortofrênica de Roma em 1901 e passa a se dedicar a aprender métodos pedagógicos.

Na capital da Itália havia um grupo de banqueiros na época que estavam investindo em empreendimentos imobiliários, um desses investimentos foi a construção de um conjunto habitacional voltado para a população de baixa renda no bairro de San Lorenzo. As famílias começaram a se mudar, os apartamentos foram ocupados, estava indo tudo bem nesse setor, mas havia um pequeno problema. Quando os pais saíam durante o dia para trabalhar em suas longas jornadas as crianças que ainda não tinham idade pra ir a escola eram deixadas sozinhas, sem os cuidados específicos de um adulto e nessa a molecada começou a tumultuar, eles bagunçavam bastante, riscavam as paredes, quebravam plantas, janelas, corriam pra todo lado e o prédio foi ficando defasado.

A fama de Montessori se espalha

Um dos responsáveis pelo empreendimento se lembrou de ter visto algo em uma revista sobre o trabalho anterior da Maria e resolveu convidá-la para cuidar da molecadinha que ficava lá enquanto seus pais trabalhavam. Ela aceitou prontamente o convite e seus amigos não entenderam nada, seus colegas médicos consideravam aquilo um trabalho insignificante, diziam que aquilo não era ciência. Coisas do tipo. No entanto, pra Maria Montessori essa foi uma baita de uma oportunidade, ela percebeu que ali, trabalhando com as crianças “normais” ela poderia colocar em prática todas as suas idéias. 60 crianças com idades entre 3-6 anos foram agrupadas em uma sala sob a tutela de Montessori, e dessa forma, em 1907 nasceu a Casa dei Bambini, algo que nós podemos traduzir como “Lar das Crianças” e que foi um dos trabalhos mais marcantes de sua carreira. A intenção dela era proporcionar algo que funcionasse como uma extensão casa, um lugar onde as crianças passariam o dia todo fazendo as atividades, almoçariam lá, etc. 

Ouça esse texto na íntegra no seu agregador de podcasts favoritos, busque por @historynemia

O adulto preparado

Algo legal que Montessori fez  foi ter escolhido como professora uma mulher sem experiência na área educacional, Cândida Nuccitelli, a quem Maria Montessori chamava de secretária. Dessa forma, ela entendeu que escolher uma pessoa sem essa experiência na área pedagógica seria melhor, pois a pessoa não teria os “vícios da profissão”, talvez uma professora já com uma certa experiência, mesmo numa sala de aula nada convencional para os padrões da época, acabaria cedendo aos costumes didáticos de uma escola normal, e isso era tudo que a Montessori não queria. Ela pediu para um amigo construir mesas e cadeiras menores, que fossem mais adequadas ao tamanho das crianças e colocou a disposição delas os brinquedos educativos que haviam sido desenvolvidos para aquelas crianças consideradas com debilidade. Algumas pessoas doaram brinquedos convencionais para as crianças, mas para surpresa de todos elas não demonstravam grande interesse nisso, sempre preferiam aquelas peças mais educativas. Rapidamente ela foi percebendo que nessa idade pré-escolar as crianças teriam um grande interesse em aprender a ler, a escrever, a explorar o mundo ao seu redor, desde que o ambiente em que elas estivessem introduzidas fosse voltado para isso.

A tarefa da secretária, na verdade, era interferir o mínimo possível, as crianças eram livres para se movimentar pela sala, poderiam escolher por conta própria qual tipo de atividade e por quanto tempo elas queriam fazer, e a professora deveria notar isso, ir observando e entendendo quais atividades as crianças mais gostavam, quais instrumentos eram mais e menos utilizados, coisas do tipo.

Você pode conferir a primeira parte dessa história empolgante sobre a heroína da educação aqui  a continuação da história dessa médica/educadora na próxima quarta-feira, aqui na Academia Médica.

Obrigado pela companhia e até mais!


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você