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Médicos não pensam igual

Médicos não pensam igual
João Carlos Simões
jan. 6 - 3 min de leitura
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“  Os médicos são desunidos mesmo quando se amam, porque não possuem a mesma base econômica e a mesma perspectiva financeira de vida social” ( Julio Sanderson )

Por João Carlos Simões 

Médicos não são iguais, nunca serão. Médicos não pensam igual sobre um mesmo assunto.

Médicos gostam sempre de  discordar uns dos outros. Têm opiniões divergente sobre vários assuntos: acadêmicos, sociais, políticos e  econômicos. Criticam e julgam uns aos outros mesmo sem uma reflexão crítica. Têm abundantes  conflitos de interesses. Médicos falam muito, discutem demasiadamente e sentem tão pouco.

Alguns gritam rispidamente e desrespeitosamente e  se exacerbam  uns contra  os outros. Não respeitam nem os mais vetustos. Nem quem foi, um dia,  seu professor. Só sabem julgar e criticar, não sabem amar.

Alguns são bastante vaidosos e preconceituosos. Outros são prepotentes até com os pacientes mais humildes.

Uns são insensíveis, escutam só sua própria voz. Outros escutam atentamente o paciente. Uns examinam delicadamente e detidamente o ser humano. Uns palpam, auscultam e tocam. Outros nem sabem o que é um estetoscópio.

Uns conhecem a política de saúde. Outros desprezam todas as  ações das entidades médicas: são abúlicos, amímicos e atímicos. Uns são motivados por dinheiro. Outros por honorários justos.

Engana-se redondamente quem pensa que médicos só são unidos por interesse econômico. Nem por isso são. Uns são salariados e poucos perfeitos liberais. Uns tem carteira de trabalho assinada. Outros são médicos de família contratados por 8 horas diárias. Há quem atenda consulta de planos de saúde. Pouquíssimos atendem só pacientes particulares.

A dependência econômica de cada um é diferente. Os caminhos econômicos dos futuros profissionais será cada vez mais  ditado pelas políticas delirantes do governo federal  com a expansão inconsequentes de vagas e cursos de medicina  e pela desvalorização dos honorários profissionais conduzidos  pelos planos de saúde e pelo SUS.

Uns leem tudo, jornais, revistas  e até romances. Outros nem jornais leem. Alguns escrevem e  publicam para deixar um legado a novas gerações.

Uns dão aulas e gostam de estudantes: ensinam hipocraticamente os estudantes  como se fossem os seus  próprios filhos. Outros dão aulas,  mas não gostam de ensinar e nem dos estudantes. Alguns são bons preceptores da residência médica. Outros desprezam os médicos residentes  e pensam que são mão de obra barata.

Muitos  são sociopatas. Alguns  impregnados de solidariedade e humanismo.

Apesar de todas essas diferenças e ambiguidades, os médicos deveriam sempre  estar unidos pela ética, porque sem ética não existe a medicina.

João Carlos Simões

Fundador e Editor da Revista do Médico Residente do CRM PR.


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