Por que?
Essa é a primeira frase que pensamos quando estamos diante de alguém com um quadro depressivo, que teve ideação suicida ou até mesmo uma tentativa de suicidio. Seja um familiar, colega, conhecido, paciente, essa pergunta é imediata e muitas vezes não tem resposta.
A busca pela etiologia daquele sofrimento, em sua maioria, tem a intenção de identificar aquilo que está matando aquela pessoa, para que ela não sofra mais e volte a ter o ímpeto de viver. Entretanto, o motivo nem sempre é claro para a pessoa em sofrimento e essa pergunta pode trazer ainda mais angústia.
Trás angústia pois, em alguns casos, ela mesmo se pergunta sobre o motivo de estar se sentindo assim e não encontra nenhuma resposta em seu ambiente familiar, social e profissional. Por achar que tem uma boa estrutura familiar, que tem amparo social e que está em um patamar profissional que gostaria de estar no passado, essa pessoa acha que não tem o direito de se sentir daquela maneira.
“Eu não tenho motivos para estar me sentindo triste, tenho família e amigos que amam, tenho um bom emprego, um bom relacionamento amoroso, não há porque”
Mas a realidade é que não precisa ter um motivo. Antes de se tornar um sintoma, uma síndrome, uma doença, o que precede a depressão é um sentimento. Permitir-se sentir triste, sem buscar um motivo que “autorize” você se sentir assim é tirar um peso das costas e de certa forma, amenizar um pouco essa dor.
Além de permitir-se sentir, busque ajuda!
Não espere mais tempo sentindo tristeza, não espere mais episódios de ideação. Converse com a sua rede de apoio, busque ajuda profissional, busque e aceite um tratamento, você não precisa de motivo para sentir e muito menos para pedir ajuda.
Ligue 188 - Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.
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