O prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina 2022 acaba de ser
concedido ao biólogo e geneticista sueco Svante Pääbo, de 67 anos de idade. O
nome do vencedor foi anunciado na manhã desta segunda-feira (03), pela
Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska, na Suécia.
Pääbo leva o prêmio por suas descobertas sobre os genomas de
hominídeos extintos e a evolução humana. Através de seu trabalho, ele tenta
explicar as diferenças genéticas que diferenciam os seres humanos vivos de seus
ancestrais já extintos, dando origem a um novo campo de pesquisas científicas
denominado “paleogenética”.
Pääbo foi um dos primeiros cientistas do mundo a demonstrar
que era possível adquirir material genético de membros já desaparecidos de
grupos de primatas. No ano de 2010, ele coordenou trabalhos voltados ao
sequenciamento de DNA de neandertais (Homo neanderthalensis), extintos há cerca
de 40 mil anos.
O biólogo, juntamente com sua equipe de pesquisadores,
descobriu que houve a ocorrência de fluxo gênico de neandertais para Homo
sapiens. Ambos, em um período de coexistência, tiveram filhos juntos. Essa
transferência de genes entre espécies diferentes de hominídeos afeta o
funcionamento do sistema imunológico dos seres humanos modernos, influenciando
na forma como eles reagem a infecções.
Além disso, a partir de um fragmento de osso encontrado na
Sibéria, Pääbo descobriu a existência da espécie humana Denisovans, até então
desconhecida.
Nascido em Estocolmo, o biólogo é afiliado ao Instituto Max
Planck de Antropologia Evolucionária, em Leipzig (Alemanha), e ao Instituto de
Ciência e Tecnologia de Okinawa (Japão).
Filho do cientista Sune Bergstrom, que ganhou o prêmio Nobel
de Medicina em 1982, ele será agraciado com 10 milhões de coroas suecas, o que
equivale aproximadamente a R$ 4,8 milhões, além de um diploma e uma medalha.
Confira quem foram os
vencedores do Nobel de Medicina dos últimos cinco anos:
2021: Os
norte-americanos David Julius e Ardem Patapoutian, pelas descobertas sobre os receptores
humanos responsáveis pela capacidade de sentir a temperatura e o toque.
2020: Os
americanos Harvey Alter e Charles Rice e o britânico Michael Houghton. Eles
descobriram o vírus da hepatite C, levando ao desenvolvimento de exames de
sangue sensíveis e medicamentos antivirais.
2019: William
Kaelin e Gregg Semenza, dos Estados Unidos, e Peter Ratcliffe, da Grã-Bretanha,
por estabelecer a base de compreensão de como as células reagem e se adaptam a
diferentes níveis de oxigênio.
2018: Os
imunologistas James Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, por
descobrir como liberar os freios do sistema imunológico para permitir que ele
ataque as células cancerígenas com mais eficiência.
2017: Os
geneticistas norte-americanos Jeffrey Hall, Michael Rosbash e Michael Young.
Eles são responsáveis por descobertas sobre o relógio biológico interno que
governa os ciclos vigília-sono da maioria dos seres vivos.
Richard Feynman, o Premio Nobel 2021 e a educação médica