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O Desafio do Tratamento Adequado para Depressão

O Desafio do Tratamento Adequado para Depressão
Comunidade Academia Médica
nov. 24 - 3 min de leitura
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Em um estudo abrangente liderado pela Universidade de Queensland e publicado no The Lancet Psychiatry, pesquisadores de instituições renomadas, incluindo a Universidade de Washington, a Organização Mundial da Saúde e a Universidade de Harvard, revelaram dados alarmantes sobre o tratamento global de transtornos depressivos. Este estudo destaca a carência crítica no acesso a tratamentos adequados para depressão em 204 países e territórios ao redor do mundo.

O Dr. Damian Santomauro, da Escola de Saúde Pública da UQ e do Centro de Pesquisa em Saúde Mental de Queensland, enfatiza que apenas 30% dos australianos diagnosticados com transtorno depressivo maior recebem o tratamento minimamente adequado. Surpreendentemente, essa porcentagem é considerada uma das mais altas, pois em regiões de alta renda, mesmo as melhores taxas de tratamento adequado não superam 27%.

A pesquisa define o tratamento minimamente adequado para transtornos depressivos maiores como pelo menos um mês de medicação acompanhado de quatro consultas médicas ou oito sessões com um profissional de saúde mental. No entanto, globalmente, apenas 9% das pessoas com essa condição recebem o tratamento necessário. Em 90 países, a porcentagem de tratamento adequado fica abaixo de 5%, com as taxas mais baixas observadas na África Subsaariana, a apenas 2%.

Ainda que exista uma discrepância de gênero pequena, com mulheres (10,2%) recebendo tratamento ligeiramente mais frequente do que homens (7,2%), a necessidade de uma ação ampla é evidente. O Professor Harvey Whiteford, psiquiatra e pesquisador na Escola de Saúde Pública, ressalta que muitos indivíduos com depressão necessitam de mais do que o tratamento minimamente adequado. Ele reforça que tratamentos eficazes estão disponíveis e, com o tratamento correto, é possível uma recuperação completa.

Este estudo expõe as lacunas críticas na prestação de serviços de saúde mental, como também apoia o Plano de Ação Abrangente em Saúde Mental 2013-2030 da Organização Mundial da Saúde, que visa aumentar a cobertura dos serviços de saúde mental em pelo menos 50% até 2030. O Dr. Santomauro sugere que a identificação das localizações e dos grupos demográficos com as menores taxas de tratamento pode orientar a priorização das áreas para intervenção e alocação de recursos.

É crucial que os financiamentos em saúde mental se concentrem não só no acesso, mas também na qualidade e duração do tratamento. A falta de tratamento pode prolongar o sofrimento e o prejuízo causados pela depressão, afetando negativamente relacionamentos, trabalho e educação.

Os dados deste estudo estabelecem uma linha de base para acompanhar o progresso na melhoria do tratamento para transtornos depressivos maiores e ressaltam a necessidade urgente de intervenções focadas e sustentadas no campo da saúde mental global.


Referência:

University of Queensland. (2024, November 22). Global study shows depressive disorders not getting adequate treatment. Medical Xpress. https://medicalxpress.com/news/2024-11-global-depressive-disorders-adequate-treatment.html


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