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Passo a passo da intubação orotraqueal

Passo a passo da intubação orotraqueal
Roberta Fittipaldi
fev. 8 - 4 min de leitura
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A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento frequente em emergências e na terapia intensiva. O maior objetivo da intubação é manter a permeabilidade das vias aéreas, aspiração das vias aéreas e permitir que a ventilação e oxigenação aconteçam de forma adequada.

Abaixo você confere as principais indicações para a realização da intubação orotraqueal:

  • Parada cardiorrespiratória
  • Instabilidade hemodinâmica
  • Aspiração de secreções pulmonares em pacientes com perda do reflexo de tosse ou debilidade do reflexo de tosse
  • Obstrução de vias aéreas superiores (trauma, corpo estranho ou tumores)
  • Proteção de vias aéreas (ex: TCE extenso)
  • Necessidade de ventilação com pressão positiva e contraindicações à ventilação não invasiva
  • Manter adequada ventilação e oxigenação quando outros métodos não obtiveram sucesso.

Atenção para pacientes que possuem lesões traumáticas de face ou região cervical alta, deformidades crânio faciais, epiglotite, trismo, anquilose de mandíbula ou artrose cervical.

A intubação é definida como DIFÍCIL quando há necessidade de mais de três tentativas ou duração superior há 10 minutos para o posicionamento correto do tubo.

Para estimar o grau de dificuldade de intubação utilizamos a escala de Mallampati, na qual podemos classificar por meio do exame físico. Além da classificação de Cormack Lehane, que classificamos por laringoscopia.

 

Classificação Mallampati

Classe I – visualiza-se palato mole, fauce, úvula, e pilares amigdalianos

Classe II – visualiza-se palato mole, fauce, e úvula

Classe III – visualiza-se palato mole e base de úvula

Classe IV – não visualiza-se o palato mole

São consideradas intubações difíceis os pacientes classificados em Classe III e IV

 

Classificação Cormack Lehane

Resultado de imagem para Cormack Lehane
Grau I – glote bem visível

Grau II – somente parte posterior da glote e visualizada

Grau III – nenhuma porção da glote e visível, somente a epiglote é visualizada

Grau IV – nem a epiglote nem a glote podem ser visualizadas

 

Técnica de intubação

Primeiramente estar presente equipe treinada, colocar óculos, luvas e máscara.

Preparar o material - selecionar a cânula orotraqueal (homem em geral 8.5-9 e mulheres em geral 8-8.5), testar o cuff e a luz do laringoscópio. Lubrificar o tubo com xilocaína gel ou spray, introduzir o guia, testar o ambu, escolher a máscara mais adequada para a face do paciente.

Se possível explicar o procedimento para o paciente. Monitorizar o paciente com oximetria de pulso, pressão arterial e eletrocardiograma.

Posicionar a cabeça do paciente: deve-se posicionar o paciente em “posição olfativa”, ou seja, coluna cervical fletida em direção anterior, com a presença de um coxim de 8-10cm. Essa posição alinha o eixo orofaríngeotraqueal facilitando a visualização das estruturas da via aérea superior.

Resultado de imagem para eixo oro laringo traquealConectar a máscara e ambu ao paciente e iniciar a ventilação com oxigênio acoplado a 10L por min.

Realizar sedação e analgesia, se se necessário bloqueio neuromuscular.

Com a mão esquerda, introduzir a lamina do laringoscópio no lado direito da boca do paciente, desviando a língua para a esquerda, e progredindo até a valécula.

Deslocar superiormente a epiglote, expondo a abertura glótica.

Introduzir a cânula orotraqueal, visualizando a sua passagem pelas pregas vocais.

Insuflar o cuff.

Checar o posicionamento do tubo: ventilar e auscultar os pontos epigástrico, bases direta e esquerda, terços superiores direto e esquerdo. Visualizar a expansão torácica a cada ventilação. Avaliar a oximetria de pulso e se possível a capnografia.

Fixar a cânula em mulheres em 21 e 22 cm, em homens em 23-24 cm, em relação à rima labial.

Solicitar radiografia de tórax para confirmar a posição do tubo, e caso seletivo exteriorizar a cânula orotraqueal na distância adequada.

Verificar pressão arterial, oximetria e eletrocardiograma. Em geral, após a intubação orotraqueal, pacientes evoluem com hipotensão devido à sedação, ou hipovolemia - caso necessário avalie reposição volêmica com soluções cristaloides.

 

Complicações precoces

  • Traumáticas: lesão de dentes, lesão traqueal, trauma de lábio, língua ou palato.
  • Mecânicas: intubação esofágica ou no brônquio fonte, broncoaspiração.
  • Reflexas: espasmo da glote, broncoespasmo, bradicardia, hipotensão, arritmias, tosse e vômitos.

Espero que esse conteúdo prático ajude no seu dia a dia. 

 

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