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"Parar de fumar aumenta a sobrevivência ao câncer: Mas por que é tão difícil mudar nossos hábitos?"

"Parar de fumar aumenta a sobrevivência ao câncer: Mas por que é tão difícil mudar nossos hábitos?"
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set. 14 - 4 min de leitura
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O câncer de pulmão, fortemente associado ao tabagismo, é um dos tipos de câncer mais letais mundialmente. Embora as taxas de fumantes estejam diminuindo, reduzindo assim os casos da doença, cerca de 75% dos pacientes diagnosticados não sobrevivem mais do que cinco anos. A ciência destaca uma relação direta entre parar de fumar e aumentar as chances de sobrevivência após o diagnóstico. Esta informação não apenas reforça os riscos do tabagismo, mas também evidencia a importância de incentivar a cessação desse hábito,  levando em conta sua forte presença em muitas culturas e estilos de vida.

❓ Mas por que, mesmo estando cientes dos danos significativos que certos hábitos podem nos causar, encontramos tanta resistência para mudá-los?

O cerne dessa questão está na neurociência do comportamento. Hábitos, quer sejam benéficos ou prejudiciais, desempenham um papel fundamental em otimizar a maneira como processamos informações e tomamos decisões diariamente. Esta "otimização" é similar ao conceito de economia, pois nos permite realizar atividades rotineiras de forma quase automática, poupando energia mental e permitindo-nos focar em tarefas mais complexas.

No entanto, esse mecanismo eficiente tem um lado negativo quando se trata de hábitos prejudiciais. Muitos comportamentos, como o tabagismo, ativam centros de "recompensa" no cérebro, formando e consolidando hábitos que, a longo prazo, são danosos.

"É aqui que o autocontrole entra em cena. Resistir a tentações, como a de acender um cigarro, exige uma determinação comparável ao fortalecimento de um músculo. Com prática e persistência, é possível aumentar nossa capacidade de resistir a essas tentações."

O autocontrole se manifesta em diversas facetas do nosso dia a dia, influenciando a forma como nos alimentamos, nos exercitamos, enfrentamos vícios, nos dedicamos aos estudos e ao trabalho, e até mesmo em nossos hábitos de consumo. Dada sua profunda influência sobre o bem-estar e a qualidade de vida, não é surpreendente que o tema tenha capturado a atenção de cientistas, ávidos por desvendar os mistérios do comportamento humano, quanto de especialistas em desenvolvimento pessoal.

Entre os vanguardistas neste campo de estudo, encontra-se o renomado psicólogo social, Dr. Roy F. Baumeister.  Em sua obra, "Willpower: Rediscovering the Greatest Human Strength", escrita em colaboração com o jornalista John Tierney, Baumeister escreve sobre uma descoberta notável: a força de vontade, tão crucial para nossas decisões e ações, não é infinita, podendo ser esgotada se não gerenciada corretamente.

Ao explorar o tema, Baumeister argumenta sobre a imensa relevância do autocontrole em nossa sociedade. Vícios, compulsões, comportamentos prejudiciais e até fracassos acadêmicos e profissionais frequentemente têm raízes na falta de domínio sobre si. Curiosamente, enquanto a inteligência se mostrou resiliente a tentativas de ampliação, o autocontrole emerge como uma habilidade passível de desenvolvimento e fortalecimento.

Diante da afirmação "Parar de fumar aumenta a sobrevivência ao câncer", é quase instintivo questionarmos: "Por que é tão difícil alterar nossos hábitos?" Isso vale tanto para a interrupção do tabagismo quanto para a adoção de melhores hábitos alimentares, combate ao sedentarismo, ou quaisquer práticas reconhecidamente prejudiciais. Esta abordagem leva-nos a insights sobre os hábitos já enraizados em nossa rotina e os obstáculos para sua transformação. A neurociência nos fornece valiosos insights sobre a formação de hábitos e a economia mental que representam, bem como os perigos que hábitos nocivos podem trazer. Portanto, o cerne da questão para modificar esses comportamentos reside no autocontrole, competência que permeia variados aspectos de nosso cotidiano."

Enquanto o desafio de romper com hábitos prejudiciais pode parecer assustador, o entendimento e a prática do autocontrole emergem como nossos maiores aliados. Cientes desse conhecimento, tornamo-nos mais aptos a enfrentar desafios, superar adversidades e direcionar nossas vidas para um futuro mais saudável e produtivo.

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