Bebês que ainda estão dentro do útero materno têm partículas de poluição atmosférica dentro de órgãos vitais - como os pulmões, cérebro e fígado ainda em desenvolvimento - no primeiro trimestre após terem sido concebidos.
Isso é o que afirmam pesquisadores das universidades de Aberdeen,
no Reino Unido, e de Hasselt, na Bélgica, em estudo sobre o efeito de nanopartículas
de poluição do ar (carbono negro) em fetos.
Segundo a pesquisa, cujos resultados foram publicados na The Lancet Planetary Health, as
nanopartículas atravessam a placenta, sendo que os fetos são expostos a elas proporcionalmente
à exposição sofrida por suas mães. A constatação levanta a suspeita de que o
carbono negro possa interagir diretamente com sistemas de controle dentro de
órgãos e células fetais humanas.
O próximo passo do trabalho é desvendar os riscos à saúde representados
pela presença das nanopartículas nas fases mais suscetíveis de desenvolvimento
dos órgãos humanos. Em estudos anteriores, a exposição à poluição do ar durante
a gravidez foi associada a natimortos, nascimentos prematuros, bebês com baixo
peso e com desenvolvimento cerebral perturbado, com consequências que podem ser
persistentes ao longo da vida.
Referência:
Eva Bongaerts et al,
Maternal exposure to ambient black carbon particles and their presence in
maternal and fetal circulation and organs: an analysis of two independent
population-based observational studies, The Lancet Planetary Health (2022). DOI:
10.1016/S2542-5196(22)00200-5
Licenças maternidade e paternidade podem prevenir mortes de recém-nascidos
Vantagens do uso de ultrassom no rastreio de displasia de quadril em recém-nascidos
Método "canguru" pode diminuir estresse vivenciado por pais de recém-nascidos hospitalizados
Recomendações da OMS sobre cuidados maternos e neonatais para uma experiência pós-natal positiva
Livros de Neonatologia
Icterícia Neonatal- O que é? Quais são as causas?