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Psicoterapia e Conexão Epigenética

Psicoterapia e Conexão Epigenética
Comunidade Academia Médica
out. 5 - 3 min de leitura
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Um estudo publicado no International Journal of Translational Medice faz uma abordagem sobre o potencial da psicoterapia em afetar mudanças epigenéticas oferecendo visões convincentes sobre o tratamento de saúde mental. As descobertas sugerem que intervenções psicoterapêuticas avaliadas, a Terapia Comportamental Cognitiva e a Terapia Comportamental Dialética, podem induzir mudanças significativas na metilação do DNA, o que poderia influenciar o tratamento de distúrbios como o Transtorno de Personalidade Borderline (TPL), o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), distúrbios de ansiedade e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). 

Principais Descobertas:

1. Transtorno de Personalidade Borderline e Terapia Comportamental Dialética

A pesquisa destaca o potencial deste modelo de terapia para modificar marcadores epigenéticos associados ao Transtorno de Personalidade Borderline, como a redução da ativação da amígdala em resposta a estímulos negativos. Isso aponta para a capacidade da Terapia Comportamental Dialética em alterar significativamente as respostas emocionais e mecanismos de enfrentamento através de vias epigenéticas.

2. Transtorno de Estresse Pós-Traumático e Terapia Comportamental Cognitiva 

Neste tipo de Transtorno, particularmente em militares e sobreviventes de guerra, os achados indicam que a Terapia Comportamental Cognitiva  focada em trauma pode alterar a metilação do DNA em genes específicos ligados aos sistemas de resposta ao estresse, como os sistemas de glucocorticoides e aldosterona. Essas mudanças potencialmente contribuem para melhores resultados clínicos e recuperação em pacientes com este diagnóstico.

3. Distúrbios de Ansiedade

O estudo também abordou os distúrbios de ansiedade, onde alterações na expressão genética relacionadas aos receptores de serotonina foram observadas após intervenções psicoterapêuticas. Essas modificações epigenéticas sugerem que a psicoterapia poderia ajustar os padrões de expressão genética fundamentais que exacerbam os sintomas de ansiedade.

4. Transtorno Obsessivo-Compulsivo

A Terapia Comportamental Cognitiva tem demonstrado resultados promissores ao induzir mudanças específicas na metilação de genes relacionados à atividade de neurotransmissores. Essas alterações genéticas estão correlacionadas com respostas positivas à psicoterapia, estabelecendo uma ligação direta entre as práticas terapêuticas e a modulação genética no contexto do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

Implicações:

  • O estudo defende uma expansão da pesquisa para populações diversas e condições psiquiátricas adicionais para entender melhor a aplicabilidade ampla das mudanças epigenéticas induzidas pela psicoterapia.
  • Sugere estabelecer protocolos diagnósticos e terapêuticos padrão que considerem fatores epigenéticos, potencialmente levando a estratégias de tratamento mais personalizadas e eficazes.
  • Além disso, a pesquisa enfatiza a necessidade de características demográficas mais homogêneas nos grupos de estudo para melhorar a generalização dos achados.

Essas descobertas são  relevantes para psicólogos clínicos e prestadores de cuidados de saúde, pois evidenciam as bases biológicas da eficácia da psicoterapia. Para pacientes e a comunidade mais ampla, esta pesquisa oferece esperança de que a compreensão e manipulação de fatores epigenéticos podem levar a melhores resultados de tratamento em saúde mental.


Referência: 

Massoni L. Epigenetic and Mental Diseases: The Role of Psychotherapy. International Journal of Translational Medicine. 2024; 4(3):450-462. https://doi.org/10.3390/ijtm4030030


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