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Recomendações para o rastreamento de câncer de pulmão

Recomendações para o rastreamento de câncer de pulmão
Gustavo Schvartsman
mai. 21 - 3 min de leitura
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Recomendações para o rastreamento de câncer de pulmão

A luta contra o câncer é constante e as batalhas acontecem por diferentes frentes. Apesar de estarmos vivendo um boom de medicamentos alvo-dirigidos, guiados pelo maior entendimento da medicina molecular e vias de sinalização do câncer, devemos manter uma estratégia de prevenção e detecção precoce agressiva. Além de economizar custos em termos de saúde pública, o rastreamento, quando bem indicado, reduz a mortalidade em populações de risco. Quando mal indicado, porém, pode não reduzir mortalidade e simplesmente aumentar testes diagnósticos invasivos e cirurgias desnecessárias. Para que uma doença valha a pena ser rastreada, sua detecção precoce tem que resultar em uma diferença significativa de desfecho a longo prazo. O rastreamento do câncer de próstata com PSA, por exemplo, não é mais rotineiramente indicado pois sua evolução é muito lenta. Isso resultava em biópsias e prostatectomias radicais (e a disfunção erétil e incontinência urinária que muitas vezes se seguiam) em um paciente que conviveria com o câncer por muitos anos e provavelmente nem morreria disso.

O United States Preventive Services Task Force (USPSTF), um órgão independente que justamente analisa as evidências disponíveis atualmente e classifica a intervenção para determinada doença como recomendada ou não, lançou uma nova recomendação para de rastreamento para o câncer de pulmão no início de 2014. Apesar de amplamente divulgado, muitos médicos ainda não aplicam em seus pacientes – seja por desconhecimento ou por não ter a prática de rastrear doenças. Saliento a importância da detecção precoce adequada, identificando pacientes de risco em qualquer cenário – durante uma internação hospitalar, ambulatorialmente ou em visitas domiciliares. Se um paciente fumante é internado para tratar uma pneumonia e se encaixa no grupo de risco que deve ser rastreado, ele deve receber alta com uma tomografia realizada.

Dito isso, segue a recomendação:

- População-alvo: Adultos assintomáticos com idade entre 55 e 80 anos com carga tabágica igual ou superior a 30 anos-maço, que ainda fumam ou cessaram o hábito há menos de 15 anos.

- Recomendação: Rastrear anualmente para câncer de pulmão com Tomografia Computadorizada de Baixa Dose (TCBD). Descontinuar o tratamento após o paciente completar 15 anos sem fumar ou desenvolver algum problema de saúde que significativamente limite sua expectativa de vida ou sua capacidade/vontade de realizar cirurgia torácica com caráter curativo (recomendação Grau B).

Vídeo explicativo publicado no Facebook do JAMA:

[video width="400" height="224" mp4="http://acad-medic.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2015/05/lung-cancer-screening.mp4"][/video]

O maior estudo realizado foi o National Lung Screening Trial (NLST), que incluiu mais de 50 mil adultos assintomáticos entre 55 -74 anos, com carga tabágica superior a 30 anos-maço. Após comparar TCBD anuais por 3 anos com 3 anos de radiografia simples de tórax anual, foi vista uma redução de mortalidade por câncer de pulmão de 16%. Notem que esse estudo compara a TCBD com outro método de rastreamento (o raio-x), que já é pouco utilizado como forma de rastreamento. Se uma comparação fosse feita entre rastrear com TCBD e não rastrear, o resultado seria ainda mais significativo.

Mantenha-se atualizado e ofereça o que há de melhor para seus pacientes! Não deixe de comentar abaixo!

Para visualizar o artigo do United States Preventive Services Task Force (USPSTF):

http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/Page/Document/RecommendationStatementFinal/lung-cancer-screening


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