A educação sexual voltada apenas para abstinência pode ser prejudicial para a saúde sexual dos jovens a longo prazo, pelo menos no que diz respeito à capacidade de sexo funcional e saudável. Segundo um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine, a iniciação sexual precoce pode conferir mais benefícios do que riscos quando consideradas formas de iniciação além da relação sexual em si.
Durante a pesquisa, 3139 adultos foram indagados sobre quando passaram pela experiência da primeira estimulação sexual, primeiro orgasmo e primeira relação sexual. Eles também relataram fatos ligados à própria vida íntima observados num período de quatro semanas antes da realização das entrevistas. Foram consideradas, entre outras questões, sexo não volitivo, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, excitação ou inibição sexual.
Quando os dados foram avaliados, foi constatado que os participantes que haviam relatado iniciação sexual precoce tinham melhor função sexual, o que significa melhor desempenho em relação a desejo, excitação e orgasmo. No total, 93% dos participantes indicaram que já haviam tido alguma experiência sexual antes de terem tido a primeira relação sexual propriamente dita.
Apesar das constatações, os pesquisadores não desconsideraram o fato de que a atividade sexual precoce representa maior risco de gravidez não planejada, desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis, exploração e abuso sexual.
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Referência
Diana E. Peragine et al, The Risks and Benefits of Being "Early to Bed": Toward a Broader Understanding of Age at Sexual Debut and Sexual Health in Adulthood, The Journal of Sexual Medicine (2022). DOI: 10.1016/j.jsxm.2022.06.005