Pacientes hospitalizados com Covid-19 correm maior risco de
coágulos sanguíneos e por isso costumam receber algum grau de medicação para
afinamento do sangue. Integrantes do AustralaSian COVID-19 Trial (ASCOT), em
estudo publicado no New England Journal
of Medicine Evidence, realizaram um ensaio clínico randomizado para testar
diferentes níveis de anticoagulação em cerca de 1.500 pacientes na Austrália,
Nova Zelândia, Índia e Nepal.
Segundo a pesquisa, um nível intermediário de anticoagulação
tinha 86% de probabilidade de ser melhor do que uma dose baixa de
anticoagulação, não sendo encontrada nenhuma evidência de maior risco desta no
que diz respeito ao sangramento de pacientes. Já uma dose terapêutica mais
elevada não mostrou benefício algum.
Atualmente, diretrizes internacionais patrocinadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a alta dose terapêutica de
anticoagulação. Desta forma, os responsáveis pelo estudo acreditam que as
descobertas fornecem evidências de que um meio-termo no que diz respeito ao uso
dos anticoagulantes pode ser mais benéfico, podendo influenciar nas diretrizes
clínicas adotadas.
A pesquisa foi selecionada para apresentação na exposição anual da American Society for Hematology, no último final de semana.
Referência:
New England Journal of Medicine Evidence, DOI: 10.1056/EVIDoa22009293.