A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a
ampliação do uso do medicamento remdesivir, vendido no Brasil pelo nome
comercial Veklury, para tratamento pediátrico contra a Covid-19.
Agora, o medicamento poderá ser usado por bebês e crianças a
partir de 28 dias e peso igual ou superior a 3 quilos, que tenham pneumonia e
requerem administração suplementar de oxigênio (oxigênio de baixo ou alto fluxo
ou outra ventilação não invasiva no início do tratamento).
Crianças pesando 40 kg ou menos, sem necessidade de
administração suplementar de oxigênio, mas que apresentam risco aumentado de
progredir para covid-19 grave, também poderão fazer o tratamento com o
remdesivir.
O produto é um antiviral injetável, de uso
hospitalar, produzido no formato de pó para diluição, em frascos de 100 mg,
segundo a Anvisa. O antiviral recebeu registro da Anvisa em março de 2021 e,
desde então, vem tendo seu uso expandido entre pacientes adultos e adolescentes
em casos de covid-19. A substância age impedindo a replicação do coronavírus no
organismo, diminuindo o processo de infecção. Cerca de 50 países já autorizam o
uso do medicamento.
Paxlovid
Por unanimidade, a diretoria colegiada da Anvisa também
aprovou o a venda do Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) para farmácias e
hospitais particulares do país, com a rotulagem e bula em português de Portugal
e em espanhol. A validade do medicamento foi ampliada de 12 para 18 meses.
A decisão “levou em
consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com
autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos e Canadá",
informou a Anvisa, em nota. O texto acrescenta que "a medida também
considerou o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas
subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no país”.
A venda em farmácias deve ser feita sob prescrição médica,
com dispensa e orientação pelo farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do
medicamento. A autorização da Anvisa prevê ainda que o fabricante deve manter e
priorizar o abastecimento para o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Paxlovid teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 30
de março deste ano. Composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir
embalados e administrados juntos, o medicamento é indicado para o tratamento da
doença em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco
aumentado de progressão para Covid-19 grave. O medicamento é de uso adulto, com
venda sob prescrição médica.
A posologia recomendada é de 300 mg de nirmatrelvir (dois
comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um comprimido de 100 mg), todos
tomados juntos por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias. O
medicamento deve ser administrado, assim que possível, após o resultado
positivo do teste diagnóstico para o Sars-CoV-2 e avaliação médica, e no prazo
de cinco dias após o início dos sintomas.
O medicamento deve ser dispensado exclusivamente pelo
farmacêutico, que deve informar ao usuário que o remédio é de uso individual e
exclusivo ao paciente que passou por avaliação médica e que recebeu a
prescrição. Portanto, o Paxlovid não deve ser usado por pessoas sem a devida
avaliação médica. Cumpre ao farmacêutico também proceder as demais orientações
quanto à posologia, ao modo de uso e interações, ou seja, informações quanto ao
uso correto do medicamento.
De acordo com a Anvisa, o Paxlovid não está autorizado para
tratamento de pacientes que requerem hospitalização devido a manifestações
graves ou críticas da Covid-19. Também não está autorizado para profilaxia pré
ou pós-exposição para prevenção da infecção pelo novo coronavírus. O remédio não
está autorizado para uso por mais de cinco dias.
Além disso, como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres
grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o
medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término
do tratamento. O Paxlovid não é recomendado para pacientes com insuficiência
renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda
não foi estabelecida.
Com informações de Agência Brasil.